Juro futuro cai após sinal de gradualismo do Fed para aperto monetário
Os juros futuros retomaram a tendência de queda nesta terça-feira, depois do discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, que reiterou a política de gradualismo no aperto monetário americano. Sem novidades no fronte geopolítico, abriu-se espaço para algum alívio nas taxas.
A postura mais defensiva dos agentes financeiros, entretanto, ainda deixou algumas marcas no fim do dia. As apostas dos investidores sinalizaram o aumento do prêmio exigido para alocação em taxas mais longas. A diferença entre o DI janeiro de 2023 e o Di janeiro de 2019 subiu a 2,22 ponto no fim da sessão regular, renovando a máxima histórica desse trecho.
O que também inibe a queda no prêmio é o ceticismo com a reforma da Previdência. "O mercado ainda considera a possibilidade de aprovação da medida antes do fim do ano, mas é bem pequena", diz o operador Matheus Gallina, da Quantitas.
Hoje, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reiterou que a reforma da Previdência deve ser votada entre o fim de outubro e início de novembro "no máximo". O comentário não se traduziu linearmente nos preços dos ativos. Mesmo em dias relativamente positivos, a queda de juros longos não acompanha o ritmo de baixa nos curtos.
O mercado continua operando sobre catalisadores claros na política monetária: a inflação baixa e o consequente aval para queda da Selic. "O que continuamos vendo são surpresas positivas para os preços, que alimenta a possibilidade de queda de juros", diz Gallina, da Quantitas.
Ontem, por exemplo, o Boletim Focus mostrou que analistas estimam que o IPCA desacelerará em 2017 para níveis inferiores ao piso da meta de inflação. Em outras palavras, a inflação pode ficar abaixo de 3%, rompendo a margem de 1,5 ponto percentual ante o centro do alvo, de 4,5%. Para o ano que vem, a projeção caiu para 4,08%, de 4,12% na leitura anterior.
Na semana passada, o Relatório Trimestral de Inflação conduziu parte do mercado a considerar a possibilidade de a Selic cair abaixo dos 7%. Ainda assim, a mediana das projeções no Focus para a Selic permaneceu em 7%, neste e no próximo ano. A depender da tendência atual, o IPCA de setembro, que será conhecido na próxima semana, pode dar impulso adicional ao recuo das projeções de inflação e, assim, influenciar as expectativas para a Selic.
No fim da sessão regular, às 16h, o DI janeiro/2018 recuava a 7,530% (7,550% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 cedia a 7,260% (7,310% no ajuste anterior). O DI janeiro/2021 recuava a 8,780% (8,840% no ajuste anterior), enquanto o dólar comercial subia 0,39%, a R$ 3,1699.
Entre trechos mais longos, o Di janeiro/2023 era negociado a 9,470% (9,520% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025, a 9,860% (9,900% no ajuste anterior).
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