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ANP: 14ª Rodada de Licitações é aperitivo para leilões do pré-sal

27/09/2017 08h15

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza nesta quarta-feira (27) a 14ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios de petróleo e gás natural.


Primeiro leilão de porte do governo Temer, o certame pode ser visto de pelo menos três formas: uma oportunidade de arrecadação de recursos para reduzir o déficit fiscal, um termômetro da atratividade do setor petróleo e do mercado brasileiro como um todo e, principalmente, como um aperitivo para as duas rodadas de áreas sob o regime de partilha - o segundo e terceiro leilões do pré-sal - que serão realizadas daqui a exatamente um mês.


O leilão de hoje será o primeiro grande teste do governo, após uma série de mudanças pró-mercado adotadas nas regras do setor desde o ano passado, com destaque para a redução das exigências de conteúdo local, a extensão do regime aduaneiro especial Repetro e a retirada da exclusividade da Petrobras na operação do pré-sal.


Ao todo, serão ofertados 287 blocos, em mar e terra, espalhados em nove bacias sedimentares (Sergipe-Alagoas, Espírito Santo, Campos, Santos, Pelotas, Paranaíba, Paraná, Potiguar e Recôncavo), totalizando uma área ofertada de 122.622 quilômetros quadrados.


Um total de 32 empresas de diversos países se inscreveram e estão no páreo, desde gigantes do setor como ExxonMobil, Shell, BP, Total, Rosneft, até empresas de menor porte, focadas em ativos terrestres como Alvopetro, GranTierra e Geopark.


A expectativa no mercado é que empresas de pequeno e médio porte sejam mais agressivas na licitação do que as "majors". A explicação é simples: as grandes petroleiras estariam guardando munição para os leilões do pré-sal.


A própria Petrobras poderá ter uma estratégia mais contida na 14ª Rodada. Em carta enviada a funcionários na última segunda-feira (25), o presidente da estatal, Pedro Parente, informou que a empresa analisará as áreas do leilão de hoje de forma conjunta com todos os ativos que o governo leiloará até 2019.


De qualquer forma, por menor que seja a participação da Petrobras no leilão já terá sido maior do que o desempenho na 13ª Rodada, em 2015, quando, pela primeira vez na história, a companhia deixou a licitação de mãos vazias. Na ocasião, a empresa, sob gestão de Aldemir Bendine, hoje preso no âmbito da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, decidiu não fazer propostas devido ao objetivo da companhia de reduzir o seu endividamento.


O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, afirmou ontem (26) que espera que a 14ª Rodada levante uma arrecadação da ordem de R$ 500 milhões.


O secretário de petróleo, gás natural e combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, disse que uma arrecadação de R$ 1 bilhão seria um "número simpático".