Índice de Preços ao Produtor sobe em agosto, aponta IBGE
O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, avançou 0,31% em agosto, informou nesta quarta-feira (27) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de julho foi revisada de uma queda de 0,99% para recuo de 1,01%.
Com o resultado, o IPP acumulou no ano queda de 0,99%. Em 12 meses, a taxa acumulada está positiva em 1,66%.
O indicador mede a variação dos preços dos produtos na "porta das fábricas", sem impostos e frete, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação.
Considerando apenas a indústria extrativa, houve alta de 6,21% em agosto, após a queda de 1,81% em julho.
Já a indústria de transformação registrou avanço de 0,12% no IPP de agosto, frente a uma queda de 0,98% em julho.
Estados
Das 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação pesquisadas no IPP, 11 apresentaram variações positivas de preços em agosto, contra apenas seis do mês anterior.
Os preços que mais contribuíram para a inflação de agosto foram os do setor de refino de petróleo e produtos de álcool, com crescimento de 6,48% no mês. Essa atividade contribuiu com 0,64 ponto percentual do IPP da indústria geral no mês, que acelerou para 0,31%.
Indústrias extrativas (6,21%) também aparecem entre os destaques que contribuíram para a aceleração do preço ao produtor. Esse setor contribuiu com 0,19 ponto percentual para o IPP de agosto.
As indústrias extrativas interromperam, desta forma, a sequência de quedas de preços nos três meses anteriores. O acumulado do ano apresenta baixa de 11,72%, sendo a principal variação negativa do indicador entre as atividades pesquisadas. Na comparação com agosto do ano anterior, houve variação positiva de 14,47%. Minérios de ferro e gás natural foram os produtos que mais se destacaram.
Das grandes categorias econômicas acompanhadas, os preços recuaram em bens de capital (-0,19%) e ficaram estáveis em bens intermediários. Por outro lado, subiram em bens de consumo (0,91%), bens de consumo duráveis (0,08%) e em bens de consumo semiduráveis e não duráveis (1,18%).
Refino
Principal responsável pela aceleração do IPP, o setor de refino de petróleo e produtos de álcool foi puxado pelo aumento do preço do barril de petróleo no mercado internacional, o que provocou repasse de custos nas refinarias, e o aumento generalizado de preços de derivados.
"Você tem o aumento do preço de barril no mercado internacional, mas também tem uma questão interna relacionada à política de repasse de preços", disse Alexandre Brandão, gerente do IPP na Coordenação de Indústria do IBGE, referindo-se aos aumentos praticados pela Petrobras.
A variação média de preços do setor de refino de petróleo e produtos do álcool foi de 6,48% em agosto. Isso provocou uma inversão da taxa acumulada do ano do setor, de queda de 3,17% para alta de 3,11%. Frente ao mesmo mês de 2016, a taxa de 6,45% é a maior desde dezembro de 2014 (6,78%), informou o IBGE.
Em 21 de julho, a Petrobras anunciou aumentos de 0,2% nos preços do diesel e de 1,4% na gasolina vendida nas refinarias. Os reajustes começaram a valer a partir do dia 22 daquele mês.
Dentro do setor de refino, os produtos que mais influenciaram o resultado foram óleo diesel e outros óleos combustíveis (que pesa 53% do setor) e gasolina automotiva (com peso 16%). O aumento do preço da gasolina influencia também os preços do álcool etílico (anidro ou hidratado), que se valorizou na porta das fábricas.
O saldo dos preços dos derivados provocou forte oscilação na inflação ao produtor de bens de consumo não duráveis, que passou de uma deflação de 1,38% em julho para alta de 1,18% em agosto. Na perspectiva de 12 meses, contudo, os bens de consumo não duráveis é que mantém o IPP em patamares baixos, por causa dos preços dos alimentos.
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