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Ibovespa tem ajuste em véspera de feriado, à espera do Fed

11/10/2017 13h53

Depois de renovar ontem (10) a máxima histórica, o Ibovespa volta nesta quarta-feira (11) a passar por uma correção, com investidores aproveitando a alta forte recente para embolsar lucros e se desfazer de algumas posições antes da divulgação da alta do Fed, banco central dos Estados Unidos, às 15h (horário de Brasília).


Às 13h34, o principal índice da bolsa tinha queda de 0,52%, aos 76.496 pontos. Apesar do ajuste de agora, o índice ainda se sustenta nos 76 mil pontos ? na mínima intradia, ele tocou os 76.530 pontos.


"Com um dia mais fraco e petróleo e minério em baixa, papéis ligados a commodities ficam mais pesados, ajudando a bolsa a perder força", dizAri Santos, gerente da mesa de operações da H. Commcor. "Antes do feriado, fundos que já montaram posição e agentes do mercado acabam não operando ou operando marginalmente, fazendo o volume ficar um pouco menor."


De acordo com ele, parte do mercado também opera no aguardo da ata do Fed, publicação importante para saber se o ritmo da alta de juros americanos pode ocorrer no curto prazo. "Neste caso, temos aquele investidor que tenta zerar posição agora para estar mais protegido se sair algo do Fed, porque indicativos de alta mais forte de juros podem piorar a liquidez por aqui", diz Santos.


Entre as maiores baixas do momento estão as ações das empresas de educação, com Kroton liderando as perdas (-7,05%), seguida pela Estácio (-3,90%). No caso da Kroton, a queda ocorre depois da divulgação dos dados operacionais da empresa no terceiro trimestre, em que a base de alunos total e presencial apresentaram queda, além da evasão presencial ter subido.Além disso, discussões em torno da Medida Provisória (785/17), que modifica regras do Fies, o programa de financiamento estudantil do governo, também permanecem na pauta dos investidores.


Outras quedas expressivas no horário são Rumo (-2,63%), Qualicorp (-2,31%) e Santander (-2,02%).


Entre as maiores altas do Ibovespa estão Fibria (3,61%), Usiminas (3,17%) e Klabin (2,37%).


Dólar


A moeda brasileira registra nesta quarta-feira um dos melhores desempenhos diários dentre as divisas globais, à espera da ata do Fed.


"Ativos arriscados globais sugerem sentimento de mercado construtivo nesta manhã, com o mercado aparentemente já tendo digerido um provável aumento de juros pelo Fed este ano", diz o economista-chefe do Rabobank Brasil, Maurício Oreng.


Hoje, a ata do Fed trará as discussões sobre o encontro de 20 de setembro. Naquela ocasião, o banco central dos EUA anunciou que iniciará em outubro seu plano de redução de sua carreira de títulos adquiridos após a crise de 2008 (hoje em cerca de US$ 4,5 trilhões) e sinalizou nova alta de juros neste ano, que o mercado aposta ser em dezembro.


Com a perspectiva de redução de liquidez global, há mais espaço para diferenciação na alocação de recursos daqui para frente. "Não é uma questão de mercado em pânico, mas questão de mercado mais seletivo e focando em curto prazo e ativos mais líquido. Dando maior opção de saída de posições caso haja reprecificação acelerada", diz o economista-chefe para América Latina no banco ING em Nova York, Gustavo Rangel.


Por volta das 13h45, o dólar comercial caía 0,59%, cotado a R$ 3,1659, tendo marcado mínima em R$ 3,1600. O movimento é alinhado ao do exterior, em que, dentre 33 divisas globais, apenas seis perdiam terreno para o dólar.O contrato futuro para novembro, por sua vez, recuava 0,44%, a R$ 3,1750.


Juros


A despeito da queda firme do dólar, os juros futuros pouco se afastaram da estabilidade durante a manhã. Os vértices mais longos, inclusive, ensaiaram pequenos avanços. A pressão de alta, de acordo com profissionais de mercado, teria vindo da surpresa com o tamanho elevado da oferta do títulos prefixados.


O Tesouro vendeu hoje todos os 3,5 milhões de Notas do Tesouro Nacional - Série F (NTN-F). Desse total, foram destinados 1 milhão de títulos se destinaram para 2023 e 2,5 milhões de papéis para 2027, sendo o maior lote para este vencimento desde abril. No leilão desta quarta-feira, também foram vendidos 5,5 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) para três vencimentos.


Os contratos de Depósito Interfinanceiro de 2023 e 2027 - mesmos trechos da oferta de NTN-F - foram os mais pressionados. Apesar de variações moderadas, as taxas chegaram a operar em alta durante o período matutino.


A proximidade do fim do ano também pode ter contribuído para o aumento da oferta de títulos. "Pode indicar um ajuste no perfil da dívida", diz o trader Matheus Gallina, da Quantitas. Ele destaca que, antes de 2018, estão previstos poucos leilões. São quatro de NTN-F nos próximos meses, de um total de 24 em 2017. "O Tesouro pode preferir alocar mais nos vértices longos", diz.


Na economia doméstica, os números reiteram o cenário de atividade ainda em recuperação gradual, com pouco risco para inflação. Vendas no varejo caiu 0,5% no segmento restrito e subiu 0,1% em termos amplos, na comparação agosto e julho.


O IGP-M desacelerou a 0,32% na primeira prévia de outubro, ante alta de 0,34% em igual período de setembro. O resultado foi puxado em grande parte pela queda nos custos de minério de ferroe e outras matérias primas. Já o IPC inverteu o sinal no período e subiu 0,17%, após queda de 0,12% em setembro.


As apostas nos juros futuros para o corte da Selic estariam bem equilibradas. O mercado precifica que a taxa básica deve terminar o ano em 7%, em linha com as projeções da Focus. "A parte curva da curva tem pouco espaço para movimentos expressivos", diz o economista Silvio Campos Neto, da Tendência. Por ora, o especialista também não espera sobressaltos nos vértices mais longos, contudo esses trechos enfrentam mais risco pois dependem do sinal externo e do ambiente político.


Por volta das 1350, DI janeiro/2018 é negociado a 7,406% (7,416% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 opera a 7,280% (7,310% no ajuste anterior).O DI janeiro/2021 recua a 8,910% (8,940% no ajuste anterior).