Dólar zera alta na semana e Ibovespa sobe com commodities
O dólar volta a cair nesta sexta-feira (13), revertendo a alta acumulada durante a semana. Os sinais de inflação ainda contida nos Estados Unidos respaldam o movimento global de queda da divisa americana, aliviando, por ora, as preocupações com o aperto monetário mais duro do Federal Reserve (Fed).
O índice de preços ao consumidor americano (CPI) subiu 0,5% em setembro ante agosto, registrando assim o maior ganho mensal desde janeiro. No entanto, o resultado ficou aquém do esperado, de alta de 0,6%. O núcleo da inflação também ficou abaixo das expectativas, ao subir 0,1% ante previsão de 0,2%.
Os números reiteram as incertezas já trazidas na ata da última reunião do Federal Reserve. No documento, divulgado na última quarta-feira (11), os dirigentes do banco central americano relevaram mais uma vez dúvidas se a baixa inflação se deve a efeitos temporários ou se reflete fatores mais duradouros. Vários integrantes disseram, inclusive, que a decisão de novo aperto monetário neste ano dependeria dos dados de preços dos próximos meses e a proximidade com a meta de inflação, de 2%.
O operador Alessandro Faganello, da Advanced Corretora, trabalha com a perspectiva de que o Federal Reserve deve elevar juros em dezembro. A fraqueza dos dados de inflação nos EUA, para ele, pode ser pontual. "Hoje, ficou uma dúvida sobre alta de juros e os emergentes se beneficiam, mas o aperto deve vir em dezembro", diz.
Vale destacar que os mercados brasileiros não operaram ontem, o que induziu a algum ajuste de alta no dólar no começo do dia.
Por volta das 13h30, o dólar comercial caía 0,42%, a R$ 3,1581, tendo caído até a mínima no dia, de R$ 3,1496. O contrato futuro para novembro, por sua vez, cedia 0,53%, a R$ 3,1635.
Juros
Os juros futuros mantêm o viés de baixa no início desta tarde, mas já se afastam das mínimas do dia. O movimento mais acentuado da manhã foi amparado pelo ambiente externo favorável a emergentes, após sinais de inflação contida nos Estados Unidos.
Para o estrategista-chefe da Coinvalores, Paulo Nepomuceno, o aperto monetário dos EUA "certamente" está a caminho. Ainda assim, ele aponta que o Brasil está preparado para possíveis movimentos mais intensos vindos de fora. "O nosso problema está mesmo na política fiscal", alerta.
Hoje, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, destacou que o país deve aproveitar as condições favoráveis do cenário internacional para ir adiante na reforma da Previdência. "Ela certamente vai ajudar a reduzir a taxa de juros média", disse. Em linha semelhante, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem (12) que seria melhor para os partidos aprovarem a proposta ainda neste ano.
Por volta das 13h30, o DI janeiro/2018 era negociado a 7,390% (7,404% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 caía a 7,270% (7,290% no ajuste anterior).O DI janeiro/2021 recuava a 8,910% (8,930% no ajuste anterior).Entre vencimentos mais longos, o DI janeiro/2023 marcava 9,640% (9,650% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025, 9,960% (9,980% no ajuste anterior).
Bolsa
O mercado de ações local permanece nesta tarde em campo positivo, embora com maior acomodação, ainda na esteira de dados de importação mais fortes na China, que sustentam ganho para as ações ligadas a commodities.
Às 13h35, o Ibovespa operava com alta de 0,35%, aos 76.931 pontos. Depois de uma abertura mais forte, em que chegou a tocar a máxima intradia de 77.319 pontos, o índice voltou aos 76 mil pontos com um mercado mais dividido.
Do lado das altas, sobem hoje a Usiminas PNA (+5,67%), CSN ON (+4,77), Vale ON (+4,69%) e Bradespar PN (+4,33%).
"As importações chinesas subiram fortemente no último mês, muito acima do esperado, em quase 19% em 12 meses. Com a aceleração das importações chinesas, melhora a percepção em relação ao crescimento do país, disparando uma recuperação imediata dos preços das commodities", afirma a corretora Nova Futura, em relatório.
Na ponta negativa, porém, operam em baixa as varejistas, com destaque para Lojas Americanas PN (-3,63%), Pão de Açúcar PN (-3,31%) e Lojas Renner ON (-1,89%). Os papéis cedem hoje diante da expectativa de que a gigante Amazon entre no mercado brasileiro de eletrônicos. Relatório divulgado mais cedo pelo UBS pontua que é cedo para pânico, mas que a reação negativa de hoje era de fato esperada.
Vale destacar que o pregão de hoje é o último antes do início do horário de verão, que começa no domingo (15). Assim, a partir de segunda-feira (16), a bolsa de valores passará a encerrar os negócios às 18h.
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