Juros futuros fecham em leve queda com debate sobre o que fará o Fed
O ambiente externo favorável a emergentes abriu espaço para queda dos juros futuros nesta sexta-feira (13). As taxas vêm sendo pressionadas pela leitura de que os Estados Unidos estão próximos a um novo aperto monetário. No entanto, os sinais de que a inflação segue contida no país ajudaram a aliviar as preocupações com um endurecimento na política do Federal Reserve.
O debate sobre a atuação do banco central americano ainda deve repercutir nas mesas de operação nos próximos dias. A presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, faz um pronunciamento na sexta-feira. Antes disso, estão previstos os discursos de outros dirigentes da instituição e a divulgação do "Livro Bege" sobre as condições econômicas nos EUA.
"Há uma mudança da tendência que prevalece há alguns anos, de reversão dos juros baixos nos países desenvolvidos", diz o trader de renda fixa Matheus Gallina, da Quantitas. Hoje, entrentato, o mercado trabalhou com algum alívio após dados de inflação dos EUA. "Ainda vemos a inflação ganhando fôlego nos EUA, mas não tão rápido que mude a dinâmica para elevação de juros", acrescenta.
Nesta sexta-feira, a alta do índice de preços ao consumidor americano (CPI) ficou aquém do esperado em setembro, reiterando as incertezas já trazidas na ata da última reunião do Federal Reserve. No documento, divulgado na quarta-feira (11), os dirigentes do banco central americano revelaram, mais uma vez, dúvidas se a baixa inflação se deve a efeitos temporários ou se reflete fatores mais duradouro.
Vários integrantes do Fed disseram, inclusive, que a decisão de novo aperto monetário neste ano dependeria dos dados de preços dos próximos meses e a proximidade com a meta de inflação, de 2%. Conforme apontado hoje, o núcleo do CPI - que exclui dados voláteis de energia e alimentos - registra alta de 1,7% em setembro, na comparação anual.
Os números ajudaram a aliviar a pressão de alta, observada recentemente. Operadores apontam que a reação dos ativos ainda pode continuar na semana que vem, por causa da baixa liquidez desta sexta-feira.
As atenções devem ser divididas com indicadores domésticos de atividade, o IBC-BR de agosto, e principalmente de inflação, com o IPCA-15 de setembro. Gallina, da Quantitas, aponta que o exterior tem pesado mais na direção dos ativos. No entanto, com a proximidade da próxima decisão do Copom, em 25 de outubro, é possível que os números de preços voltem a direcionar os juros futuros.
Por ora, o mercado precifica quase 100% de chance de corte da Selic em 0,75 ponto percentual em outubro. Uma redução além do nível de 7% até o fim do ciclo, entretanto, ainda não seria consensual.
O estrategista-chefe da Coinvalores, Paulo Nepomuceno, mantém a leitura de que o Banco Central reduzirá a Selic até 7%. Ele alerta que neste último trimestre do ano a inflação pode surpreender para cima, indicando que o fim do afrouxamento monetário se aproxima.
Às 16h, no fim da sessão regular, o DI janeiro/2018 caía a 7,390% (7,404% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 recuava a 7,260% (7,290% no ajuste anterior).O DI janeiro/2021, por sua vez, registrava 8,920% (8,930% no ajuste anterior), enquanto o dólar comercial caía 0,71%, a R$ 3,1490.
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