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Bolsa modera alta de olho no câmbio e balanços; dólar supera R$ 3,26

24/10/2017 14h44

O Ibovespa moderou os ganhos no fim da manhã, seguindo uma piora do desempenho do real e também dos juros futuros. Mas não perdeu a toada positiva em nenhum momento.Às 13h31, o Ibovespa subia 0,76%, aos 75.983 pontos.


Eletrobras PN declinava 2,42%, devolvendo parte da alta forte observada ontem, quando a bolsa como um todo operava em baixa. A expectativa pela publicação da MP que define a privatização da companhia animou investidores.


Na ponta positiva, Fibria liderava, com alta de 4,20%. A companhia divulgou lucro líquido de R$ 742,3 milhões no terceiro trimestre, uma alta de quase 26 vezes ante igual período do ano anterior.


Câmbio


A alta do dólar volta a ganhar força no início da tarde desta terça-feira. Pela segunda sessão consecutiva, a moeda brasileira registra um dos piores desempenhos diários dentre as principais divisas globais.


Num ambiente já pressionado contra emergentes, o efeito negativo é potencializado no Brasil por fatores técnicos. Profissionais de mercado apontam que a moeda brasileira ainda sofre hoje com operações de "stop loss", ou seja, disparo de ordens automáticas de compra de dólar. Com isso, são desfeitas as posições mais otimistas para o real, que até ontem prevaleciam no mercado.


Na máxima, o dólar comercial subiu até R$ 3,2671, maior nível desde 11 de julho quando tocou R$ 3,2697. Considerando só o movimento nesta semana, a alta acumulada até este pico é de 2,44%. Já na sequência de quatro avanços consecutivos, a variação é de 3,21%.


Por volta das 13h40, o dólar comercial subia 0,85%, cotado a R$ 3,2571.


O contrato futuro para novembro, por sua vez, ganhava 0,63%, a R$ 3,2625.


A leitura de especialistas é de que o suporte para a moeda americana deve continuar no curtíssimo prazo, pelo menos até que algumas incertezas externas sejam esclarecidas. Um dos pontos que mantêm uma posição mais defensivas entre os agentes financeiros é quem chefiará o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a partir de fevereiro de 2018. A lista de possíveis nomes conta com Jerome Powell e a atual presidente do banco central americano, Janet Yellen, que dariam continuidade à postura gradualista da instituição, além de Kevin Warsh e John Taylor.


Juros


O prêmio no mercado de juros futuros volta a aumentar na tarde desta terça-feira. Pressionadas pela alta do dólar e pelo avanço dos juros dos títulos do Tesouro americano, as taxas com vencimentos mais longos enfrentam as variações mais acentuadas em meio a um ambiente doméstico que já denota cautela.


A diferença entre os contratos de DI para janeiro de 2023 e janeiro de 2019 avança hoje, pelo segundo dia consecutivo, a 2,38 ponto percentual. Considerada um termômetro de risco, a inclinação da curva de juros denota o prêmio exigido pelos investidores para se posicionado em trechos mais longos, mais vulneráveis a questões estruturais.


Domesticamente, a cautela é trazida pela proximidade da votação na Câmara da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, prevista para amanhã. O placar deve servir de referência para os investidores avaliarem o apoio parlamentar ao governo e consequentemente para a reforma da Previdência.


Após a votação da denúncia, os profissionais de mercado acreditam que os juros futuros até poderiam ter algum alívio. No entanto, esse movimento ainda esbarra no ambiente externo pouco favorável a ativos de risco. Os riscos incluem o potencial crescimento mais robusto da economia americana com a reforma tributária de Donald Trump.


Um dos principais pontos que mantêm uma posição mais defensivas entre os agentes financeiros é quem chefiará o Fed a partir de fevereiro de 2018.


Por outro lado, os juros de curto prazo operam mais próximos da estabilidade. O Banco Central (BC) deve confirmar expectativas e reduzir a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, para 7,5% ao ano. As atenções, então, se voltam para as sinalizações sobre os próximos passos até o fim do ciclo de afrouxamento. A expectativa majoritária no mercado é de que o BC corte a Selic até 7%.


Por volta das 13h40, o DI janeiro/2018 era negociado a 7,278% (7,295% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019, a 7,280% (7,260% no ajuste anterior).


O DI janeiro/2021 subia a 8,980% (8,910% no ajuste anterior) enquanto o dólar comercial avançava 0,97%, a R$ 3,2611.