Ibovespa acentua perdas, de olho em cena doméstica
O mercado local de bolsa acentuou perto do fechamento as perdas registradas ao longo do dia, perdendo novamente os 76 mil pontos, de olho em importantes desdobramentos no cenário externo e doméstico e na ausência de fatores que oferecessem sustentação ao mercado.
O Ibovespa fechou hoje com queda de 1,01%, aos 75.896 pontos, depois de tocar na mínima do intradia os 75.813 pontos. O volume negociado no dia foi de R$ 6,4 bilhões.
A pressão pela venda de ativos se fez presente no mercado desde o começo da tarde. No entanto, a expectativa ainda favorável em relação aos balanços das empresas e a falta de surpresas quanto à votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer ontem deram alguma sustentação ao índice, que chegou a retomar os 77 mil pontos, com a máxima intradia em 77.061 pontos.
Ao longo do dia, porém, a força vendedora acabou ganhando maior protagonismo, em um momento em que voltaram a circular no mercado receios para os mercados emergentes, com a sinalização do Banco Central Europeu (BCE) para redução de estímulos no bloco, que levou o euro a ter forte recuo. O movimento de cautela maior foi simétrico no câmbio, com o dólar avançando forte sobre o real.
"O dólar vem tendo comportamento de alta em relação às principais moedas e os efeitos acabam acontecendo também com a bolsa", afirma Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais, em nota. "A safra de balanços afeta pontualmente os ativos, mas hoje alcançou as ações da Vale que, por sua participação no índice, mexeu com a bolsa."
Para Pablo Spyer, diretor de operações da corretora Mirae Asset, alguns agentes de mercado citam que o resultado apertado da votação da denúncia contra Temer dificulta a aprovação da reforma da Previdência, o que poderia estar de alguma forma contribuindo para a cautela local.
No entanto, diz ele, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, continua pautando a aprovação para novembro. "Não acho que há dúvidas sobre aprovar ou não a reforma, mas sobre qual reforma irá passar, e o mercado espera que ela esteja bastante desidratada", diz ele.
Parte dos investidores, porém, preferiu aproveitar a falta de visibilidade sobre o tema para se desfazer de posições mais no fim do dia. Com isso, a maior parte dos ativos passou a ter um desempenho pior, com Lojas Renner (-3,40%, a R$ 36,32) e WEG (-3,15%, a R$ 21,55) entre os destaques negativos.
Na outra ponta, a Eletrobras persistiu no campo positivo no fechamento, com os investidores ainda fortemente pautados pela evolução no processo de privatização da companhia. A ON da estatal subiu 0,43%, a R$ 23,47, enquanto a PNB avançou 0,55%, a R$ 27,35.
"A leitura dos analistas é, cada vez mais, de que o processo está sendo bem conduzido, que há potencial de valorização e que, portanto, vale a pena estar no papel", afirma um analista que tem participado de eventos promovidos pelo mercado para discutir como se dará a operação. "A questão é se vai dar tempo."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.