Dólar dispara e real tem pior mês desde eleição de Trump
O dólar terminou a última sessão de outubro em baixa, mas nada que tenha impedido a moeda de registrar o melhor mês em quase um ano e a maior alta para outubros desde 2008, ano marcado pelo estouro da crise financeira global.
A moeda americana caiu 0,31% nesta terça-feira, para R$ 3,2726. Mas em outubro subiu 3,36%. É a maior alta mensal desde novembro de 2016 (6,23%), quando a eleição de Donald Trump à Presidência dos EUA chacoalhou os mercados globais.
Considerando apenas meses de outubro, é a maior alta desde o salto de 13,45% naquele mês em 2008.
A queda do real neste mês (-3,25%) é a quinta mais intensa numa lista de 33 pares do dólar. A lira turca cede quase 6%, enquanto o peso mexicano recua 4,8%.
Um índice do Deutsche Bank que mede a performance de moedas emergentes cai 1,46% em outubro até dia 30, a caminho da maior depreciação mensal desde novembro do ano passado (-4,30%).
Aqui, o aumento dos receios políticos, que tornaram o cenário para a reforma da Previdência ainda mais turvo - combinado com um ambiente externo mais arisco justificam o desempenho da moeda americana neste mês.
Mas o pode começar novembro em tom mais fraco caso Trump confirme expectativas do mercado e anuncie o governador do Fed, Jerome Powell, como novo presidente do BC americano. Powell é visto com menos pressa de subir os juros em comparação a Kevin Warsh e John Taylor, por exemplo.
De toda forma, a tese da diferenciação entre políticas monetárias no médio prazo deve continuar favorecendo a moeda americana, numa análise mais global. "A queda do dólar [no mundo] entre abril e setembro foi um ajuste de carteiras ao cenário antes mais negativo para eleições na Europa. Esse movimento é consistente com uma correção, não com reversão de tendência", diz a equipe de estratégia de câmbio do Brown Brothers Harriman, em relatório no qual analisam as expectativas para moedas em 2018.
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