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Marun diz que governo não tem votos para Previdência nem plano B

16/01/2018 17h11

No mesmo dia em que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse não ter "nenhum otimismo" sobre a aprovação da reforma da Previdência, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB) reiterou que a proposta será votada nos dias 19, 20 e 21 de fevereiro e afirmou que governo e Congresso não têm "plano B". Marun, no entanto, reconheceu que a gestão Michel Temer (MDB) não tem os 308 votos necessários para aprovar o texto na Câmara.


Depois de participar de almoço com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf (MDB), na capital paulista, Marun afirmou que o governo "não tem a mínima cogitação" de adiar a votação da proposta e disse que cabe ao presidente da Câmara pautar o texto.


O ministro desconversou sobre a estratégia do governo para buscar os votos necessários e disse que os aliados de Temer "estão avançando nisso". Marun afirmou ainda que o governo "não está preocupado" com a falta de apoio à proposta. "Vivemos um momento muito melhor do que em dezembro".


Ao ser questionado sobre essa afirmação, o ministro disse que os parlamentares estariam mais abertos a votar pela reforma porque teriam recebido em suas bases eleitorais manifestações de apoio à proposta. Na entrevista a jornalistas, no entanto, caiu em contradição ao afirmar que as dificuldades do governo se devem "à justa preocupação" de deputados e senadores "com reflexos eleitorais" nas bases.


Em seguida, reforçou que "governo e Congresso não têm plano B" e disse que o plano A é colocar em votação em fevereiro. "Deve ser aprovada até março. No fim de março já se aproxima muito da questão eleitoral".


O secretário da Previdência Social, Marcelo Caetano, participou do almoço na Fiesp, mas não falou com a imprensa.


Questionado sobre o pessimismo do presidente da Câmara sobre a reforma da Previdência, Marun disse desconhecer e disse que Maia é um dos "baluartes" desse processo da tramitação da proposta. "Talvez ele não esteja com as informações suficientes que temos", disse, afirmando que por Maia estar nos Estados Unidos talvez não esteja bem informado.


Nesta terça-feira, Maia disse que dificilmente a proposta será aprovada no próximo mês. "Neste momento a gente prioriza a agenda da reforma da Previdência sem nenhum tipo de otimismo, sem nenhum discurso onde a gente diga que essa é uma matéria que estará resolvida em fevereiro de 2018", afirmou em Washington, em evento com a Câmara de Comércio dos Estados Unidos.


O ministro afirmou ainda que o governo tem buscado lideranças evangélicas porque "reconhece o peso" delas na votação da bancada evangélica.


"Se a população estivesse suficientemente esclarecida teríamos mais de 90% de aprovação (da reforma)", afirmou.


Eletrobras


Ao ser questionado se a privatização da Eletrobras poderia ficar para 2019, em troca de apoio para a Previdência, Marun desconversou. "Não tenho informação de que tenha havido alteração no pensamento do governo".