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MEC libera consulta a notas do Enem

18/01/2018 13h47

(Atualizada às 14h16) O Ministério da Educação resolveu antecipar em um dia os resultados da prova do Enem de 2017, feita em novembro, e os candidatos já podem consultar o resultado na Página do Participante.


Para fazer a consulta, é necessário informar o CPF e a senha cadastrada na inscrição. Quem participou como treineiro (não concluiu o ensino médio), só terá o resultado liberado 60 dias após o término do prazo regular. O mesmo vale para os espelhos de correção das provas.


A nota do Enem habilitará os estudantes a participar do Sisu, que teve o início das inscrições antecipado do dia 29 para o dia 23 deste mês, com encerramento no dia 26.


O Sisu é a plataforma pela qual os candidatos se inscrevem nas universidades, inclusive algumas públicas, utilizando a nota do Enem.


O resultado também serve de referência para a obtenção de bolsas do ProUni para estudar em universidades particulares e financiamento estudantil pelo Fies.


Notas


O número de estudantes que tiraram nota zero na redação do Enem subiu de 291,8 mil em 2016 para 309,1 mil em 2017. Ao mesmo tempo, caiu o total de candidatos que tiraram nota mil, desepenho máximo da avaliação, de 77 para 53. O desempenho médio das redações, entretanto, subiu de um ano para o outro: de 541,9 para 558. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Educação.


Dentre os motivos para que a prova fosse zerada, o principal em 2017 foi a chamada "fuga ao tema". No ano passado, o tema da redação foi "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil". Ao todo, 5,01% das provas tiveram esse problema, de um total de 6,54% de redações zeradas. Em 2016, a fuga ao tema gerou nota zero em apenas 0,78% do total de 4,84% de redações zeradas.


"Não tem uma avalização técnica com relação a isso. O desempenho é variado até porque as populações que se submetem ao Enem, ou se submeteram, são populações variadas. Não há uma explicação clara e efetiva", disse o ministro da Educação, Mendonça Filho.


Já para a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Maria Inês Fini, a fidelidade ao tema "depende da população e da interação que ela tem com o tema proposto". "Em 2014, quando o tema foi publicidade infantil, a fuga ao tema teve o mesmo índice", disse ela.


Neste ano, uma mudança na regra que permitiria zerar a redação do Enem caso o candidato desrespeitasse os direitos humanos em seu texto causou confusão. Uma decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), assegurou que nenhuma prova fosse zerada por esse motivo, dada a possibilidade de ferir a liberdade de expressão.


Quanto ao demais resultados, o desempenho médio em Ciências Humanas caiu de 533,5 para 519,3 de 2016 para 2017. Em matemática, houve melhora - de 489,5 para 518,5. Em Ciências da Natureza, a nota também subiu, de 477,1 para 510,6.


Ao todo, 6,731 milhões de pessoas se inscreveram para o Enem neste ano. A abstenção foi de 29,96%, desempenho semelhante ao de 2016.


O número de participantes, porém, caiu de 5,877 milhões para 4,721 milhões. Uma explicação é que o Enem, a partir de 2017, deixou de ser a referência para a certificação da conclusão do ensino médio, que passou para o Encceja (Exame Nacional Para Certificação de Competências de Jovens e Adultos).


Mendonça Filho afirmou que os candidatos que se beneficiaram da gratuidade e não compareceram para fazer a prova nos dois dias terão que pagar a inscrição de 2018. As exceções serão aqueles que apresentem justificativas, como atestados médicos. Segundo ele, uma prova do Enem custa ao Estado cerca de R$ 90 por candidato.