Com forte giro, juros futuros caem após redução da Selic
A surpresa com a postura do Comitê de Política Monetária (Copom) ficou evidente na forte queda dos juros futuros nesta quinta-feira. As taxas de curto prazo registraram, em patamares mais ligados à política monetária, as baixas mais intensas em oito meses. Os investidores ajustaram posições à sinalização do colegiado de que, além do corte anunciado ontem, a Selic ainda deve cair mais uma vez, em maio.
O volume de negócios também foi bastante robusto, com giro próximo de três milhões de contratos no fim da sessão regular, às 16h. O giro até desacelerou um pouco durante a tarde. Ainda assim, cerca de 6,9 mil contratos trocavam de mãos por minuto, ritmo mais elevado desde 1 de junho do ano passado, quando marcou 9,4 mil.
O mercado passou a trabalhar com o cenário principal de que a Selic cairá 0,25 ponto percentual, a 6,25%, na próxima reunião do Copom. Essa era uma aposta minima até ontem, quando grande parte dos investidores acreditava que o ciclo seria encerrado. Tudo mudou quando o comitê escreveu que vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional em sua próxima reunião.
"O Copom indicou corte de 50 pontos-base da Selic em duas parcelas. Não era o estávamos esperado", diz o Marcos de Callis, estrategista da Votorantim Asset. A primeira parte já veio ontem. Como esperado, o colegiado reduziu a taxa de 6,75% para 6,50% e agora se espera que o segundo movimento ocorra daqui 45 dias, de mesma magnitude.
Os economistas Fabio Ramos e Tony Volpon, do UBS, destacam que a surpresa veio justamente com esse direcionamento. "Esperamos que a taxa Selic em maio fique em 6,25%, 50 pontos-base abaixo da nossa previsão no fim do ano passado", destacam. Para o ano seguinte, a perspectiva é de lentos ajustes em direção ao que os especialistas consideram uma taxa neutra de 8%.
Uma onda de revisões de cenários tomou o mercado nesta quinta-feira. Entre outros exemplos, Bradesco, Itaú e BNP Paribas também seguiram a sinalização do Copom."Nem mesmo o defensor mais fervoroso de uma postura monetária flexível esperava que os membros do Copom saíssem com uma decisão tão 'dovish' (voltada ao afrouxamento monetário)", dizem os especialistas do Haitong. Ainda assim, vão esperar para ver a ata do colegiado e o relatório trimestral de inflação, previstos para a semana que vem, antes de mudar a estimativa.
No fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro de 2019 caía a 6,240% (6,455% no ajuste anterior). A baixa de 21,5 pontos-base ante o fechamento de ontem é a mais intensa desde a queda de 23 pontos-base do dia 28 de julho.O DI janeiro de 2020 recuava a 7,150% (7,390% no ajuste anterior), com baixa de 23 pontos-base ante o encerramento de ontem. A queda de 23 pontos-base é mais forte desde 23 de maio quando cedeu 46 pontos-base.
O DI janeiro/2021 apontava 8,060% (8,250% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2023 era negociado a 8,980% (9,090% no ajuste anterior).
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