Dólar volta a operar em alta e juros longos ganham força com exterior
A recuperação dos mercados brasileiros é interrompida nesta quarta-feira pelo ambiente externo mais adverso. Após a trégua do começo da semana, o dólar volta a operar em firme alta, assim como os juros futuros de longo prazo.
Por volta das 9h40, a taxa do DI janeiro de 2023 subia a 10,130%, ante 10,000% no ajuste anterior. Já o DI janeiro/2025 avançava a 10,680%, ante 10,540%.
No mercado de moedas, a divisa americana avançava 0,47%, a R$ 3,6622, tendo máxima, por ora, a R$ 3,6792. Apesar disso, o desempenho do real brasileiro não se afasta muito do que se observa entre outros importantes emergentes.
O desempenho mais negativo do dia é o da lira turca, que cede mais de 4% ante o dólar. A turbulência da interferência do presidente Recep Tayyip Erdogan sobre o banco central, que não tem atuado para conter a derrocada da moeda. Para o dirigente, juros altos são um "mal" a ser evitado, apesar da inflação de dois dígitos no país com economia sobreaquecida.
O ambiente mais adverso no exterior conta com diversos fatores. Entre eles, o fato de o presidente americano, Donald Trump, dizer que não está satisfeito com as recentes negociações comerciais entre os Estados Unidos e China. Além disso, o mercado aguarda a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano) em busca de sinais sobre o aperto monetário dos EUA.
O que tem ajudado o mercado brasileiro nos últimos dias é a oferta reforçada do swap cambial pelo Banco Central (BC). Em entrevista ao Valor, o presidente da instituição, Ilan Goldfajn, deixou claro que não tem qualquer "preconceito" contra a venda de swaps cambiais e que a redução do estoque de operações nos dois anos da sua gestão à frente do BC teve como propósito criar um "amortecedor" para os momentos necessários. "Compramos um seguro e, se precisar usar, vamos usar."
Outro fator positivo para o mercado, que até ajuda a acalmar as preocupações com aperto monetário por aqui, é o comportamento contido da inflação. Ilan disse ao Valor que a tendência da política monetária é de manutenção dos juros em 6,5% ao ano nas próximas reuniões.
Hoje, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país, surpreendeu analistas ao desacelerar para 0,14% em maio, depois de ter avançado 0,21% em abril. A leitura ficou bem abaixo da média das expectativas de 30 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que apontava para um IPCA-15 de 0,26% em maio, com intervalo das estimativas de 0,20% a 0,47%.
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