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Turbulência com crise de abastecimento provoca nova alta do dólar

25/05/2018 18h06

A turbulência dos últimos dias por causa da paralisação dos caminhoneiros no Brasil e da postura mais acuada do governo acabou se somando ao exterior para valorizar o dólar ontem e também nesta sexta-feira. A cotação subiu hoje 0,49%, a R$ 3,6651. Mas a queda da moeda americana nos dias anteriores garantiu ao real a melhor semana em mais de três meses.

De segunda-feira até hoje, o dólar caiu 2,03%. Desde a semana encerrada em 16 de fevereiro (-2,43%) a cotação não caía tanto. Nas 14 semanas que se seguiram, o dólar se valorizou em 11, caindo apenas em três, incluindo esta.

Antes da queda de agora, o dólar ganhou força por quatro semanas consecutivas, acumulando no período alta de 9,68%. Mas a escalada da moeda para perto de R$ 3,80 e a intensa cobrança do mercado por uma ação mais forte do Banco Central obrigaram a autoridade monetária a triplicar as atuações no câmbio via swaps cambiais.

Apenas nesta semana, o BC injetou no mercado futuro o equivalente a US$ 3,75 bilhões em dinheiro "novo". Na semana passada, a colocação não passou de US$ 1,25 bilhão.

Ou seja, até o momento, o Banco Central já vendeu US$ 5 bilhões via swaps. A expectativa é que, até o fim do mês, mais US$ 1,5 bilhão seja colocado no mercado.

Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, foi a intervenção mais pesada do BC que impediu a quinta semana seguida de depreciação para o real. "O BC conseguiu colocar alguma racionalidade no mercado com a maior oferta de swaps. E isso pelo menos limita uma piora aqui."

E a percepção de que o BC conterá a velocidade de desvalorização do câmbio, combinada com a conclusão de que o real desceu a patamares excessivamente desvalorizados, tem levado algumas casas estrangeiras a recomendar posições a favor do real.

É o caso do J.P. Morgan, cujos estrategistas rebaixaram para "neutra" a perspectiva para o conjunto mais geral de divisas emergentes, mas mantiveram a recomendação "acima da média do mercado" para o real. "A análise técnica indica que a moeda está em um bom ponto de entrada", dizem em relatório os profissionais do banco, que lembram ainda a "sólida" posição externa do Brasil.