Firjan revisa para baixo projeção para o PIB em 2018
A gerência de estudos econômicos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revisou para baixo sua previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro este ano.De um crescimento de 2,2%, a estimativa passou para alta de 1,7%.
A mudança foi precipitada pelos impactos econômicos e, sobretudo, políticos da greve dos caminhoneiros, explica Jonathas Goulart, coordenador de Estudos Econômicos da Firjan.
"Não foi só por conta das perdas geradas pela greve, mas de uma revisão do cenário econômico e político pelo qual passa o país", justifica Goulart. "A greve revelou um cenário mais conturbado no aspecto da confiança."
Na visão de Goulart, a confiança do empresariado foi afetada negativamente pela percepção de que houve mudança no direcionamento da política econômica. Se, inicialmente, o governo do presidente Michel Temer dava sinais de que seus esforços estavam inteiramente voltados para a recuperação econômica, a greve dos caminheiros representou um redirecionamento. Isso porque, para compensar a queda na arrecadação federal decorrente da desoneração do diesel, foram adotadas medidas que sobrecarregam o setor produtivo, diz Goulart.
Dentro dessa ótica, o coordenador da Firjan cita como exemplos a reoneração da folha de pagamento e a diminuição do benefício oferecido dentro do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Exportadoras (Reintegra).
O fato de os indicadores de atividade econômica do primeiro trimestre terem vindo abaixo das expectativas (e dos números dos últimos três meses de 2017) já justificaria, por si só, a revisão do percentual de crescimento previsto para o PIB este ano, diz Goulart. Segundo ele, a greve dos caminhoneiros apenas acelerou este processo.
Fatores que já interferiam na projeção anterior da Firjan, como a incerteza com relação ao resultado das eleições presidenciais e o cenário internacional desfavorável (com a crise fiscal na Argentina e o aumento na taxa básica de juros dos Estados Unidos) continuam a contribuir para um quadro de crescimento mais modesto.
Num cenário mais otimista, a federação estima que a economia do Brasil pode se expandir até 2,9%, enquanto numa conjuntura pessimista o percentual ficaria reduzido a 0,7%.
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