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Juros futuros de curto prazo caem no aguardo do Copom

18/06/2018 17h23

Na contramão do dólar, os juros futuros mostraram no pregão desta segunda-feira (18) mais resiliência e continuaram o movimento de queda observado na sexta-feira (15), sobretudo os de prazos mais curtos. Depois da alta volatilidade que os mercados enfrentaram nas últimas semanas, os contratos diminuíram as apostas em alta de juros.

Segundo os cálculos do estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, agora a curva a termo projeta uma elevação de 0,14 ponto percentual da Selic na reunião desta semana, depois de chegar a precificar uma elevação de 0,40 ponto. Isso se deve, segundo ele, ao fato de o BC ter conseguido, mesmo que temporariamente, eliminar o movimento especulativo no câmbio.

"Se a volatilidade continuar controlada, o mercado vai ver que não terá no curtíssimo prazo motivo para uma ação emergencial do BC na taxa de juros. Até sexta-feira, víamos um processo de deterioração mais forte do cenário, mas agora observamos um alívio", explicou João Fernandes, economista da Quantitas. Com isso, os DIs se distanciaram do dólar e apresentaram queda em quase todos os vencimentos, enquanto o dólar avançava 0,51%, em torno de 16h45, a R$ 3,7478.

A expectativa de 44 dos 45 economistas ouvidos pelo Valor é de manutenção da Selic em 6,5%, sendo que a maioria (40) não espera nenhuma mudança em 2018. O Itaú acredita que o BC manterá a taxa Selic estável na reunião desta semana e recomenda a posição vendida no DI outubro/2018 a 6,82%. Também recomenda uma pequena posição vendida em reais como proteção contra uma forte depreciação da moeda que poderia levar o BC a elevar a taxa.

"Estamos fora das taxas locais brasileiras desde abril de 2018 por causa da alta dos riscos locais e globais. Agora, nós acreditamos que há uma oportunidade no início da curva porque o mercado precificou um ciclo de aperto [monetário], e o nosso cenário base é que o BC manterá a taxa de juros estável em 6,50% até o final deste ano", afirma a equipe do banco brasileiro em relatório.

Intervenções

Até sair a decisão, o BC e o Tesouro Nacional seguem com suas intervenções para conter a volatilidade no dólar e nos DIs. O BC deve ofertar cerca de US$ 10 bilhões em contratos novos de swap cambial até a sexta-feira (22) para acalmar o nervosismo do mercado, seguindo a colocação dos US$ 24,5 bilhões em seis dias úteis e finalizados até a última sexta-feira. Hoje, o BC já vendeu US$ 1 bilhão em contratos novos de swap. Além disso, fez a rolagem de 8.800 contratos com o objetivo de alongar o prazo do lote que vence em julho.

O Tesouro ampliou também a sua atuação e passa a fazer, a partir desta segunda, leilões de compra e venda de LTN, NTN-F e NTN-B.

Foram adquiridos pela manhã 2,25 milhões de LTN, ou 75% do total de 3 milhões pretendidos. Ao mesmo tempo, nenhuma proposta de venda foi aceita. Para NTN-F, foram adquiridos 781 mil papéis, ou 39% de um total de até 2 milhões de títulos, e vendidos 181 mil títulos, 60% do limite de 300 mil estabelecido previamente. No último leilão do dia, o Tesouro adquiriu 110 mil NTN-B, ou 11% de um total de até 1 milhão de títulos, ao mesmo tempo em que vendeu 20 mil títulos, 6,67% do limite de 300 mil estabelecido previamente.

"A atuação do Tesouro contribui para ajustar a curva [de juros], pois ajuda a tirar um pouco do risco pré-fixado", completa Rostagno, do Mizuho.

Ao fim da sessão regular, às 16h, oDI janeiro/2019 anotou taxa de 7,15% (de 7,3% no ajuste anterior), oDI janeiro/2021 fechou a 9,8% (9,98% no ajuste anterior), oDI janeiro/2025 subiu 11,99% (de 11,98% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2027 registrou 12,36% (12,35% no ajuste anterior).