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CVM aplica multa por uso de informação privilegiada em caso Globex

20/06/2018 11h50

O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aplicou multas de mais de R$ 600 mil a investidores, em caso que apurou o uso de informações privilegiadas em negócios com ações da Globex, em 2009. A empresa era dona do Ponto Frio e foi o veículo usado pelo Pão de Açúcar para comprar o controle das Casas Bahia.

No caso, Guilherme Soter Lopes da Silva foi multado em R$ 244.151,27, Rodrigo Rodrigues da Silva em R$ 20.962,76 e Claudia Maria da Costa deverá pagar R$ 168.050,04. Também acusado, a Henvironmenth Sistema Ambientais recebeu multa R$ 261.085,02. Os valores calculados pelo diretor-relator do caso na CVM, Gustavo Borba, referem-se a uma vez e meia a vantagem auferida nas operações.

Em 3 de dezembro daquele ano, os papéis da Globex subiram 35,42%, uma variação atípica também para o volume de ações negociadas ? 73.400, ante 6 mil na véspera. No dia seguinte, jornais noticiaram uma possível associação entre Casas Bahia e Grupo Pão de Açúcar. Ainda pela manhã, com o pregão já aberto, a empresa divulgou fato relevante sobre a operação. As ações da Globex voltaram a subir, desta vez 28,36%, e o volume negociado foi de 636.900 ações.

A área técnica identificou indícios de utilização de informação privilegiada considerando o provável vazamento da informação divulgada no fato relevante, admitido pelo então vice-presidente do Grupo Pão de Açúcar.

A autarquia apurou diálogos entre operadores e investidores que deixavam transparecer conhecimento antecipado das negociações, a existência de estreita ligação entre determinado grupo de investidores que atuou antes da divulgação do fato relevante, e a abertura de conta em corretora, por pessoas que não investiam regularmente, poucos dias antes de adquirir as ações de emissão da Globex.

Para Borba, a área técnica "logrou comprovar" que os acusados negociaram com ações Globex de posse de informações relevantes que só foram divulgadas ao mercado posteriormente, auferindo lucro.Os acusados poderão apresentar recurso com efeito suspensivo ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN).