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Ibovespa sobe com ambiente favorável no exterior

20/06/2018 18h11

O movimento mais favorável para ativos de risco no exterior garantiu ao Ibovespa o segundo pregão consecutivo de alta. À espera da decisão de política monetária do Banco Central (BC), o Ibovespa subiu 1,02%, aos 72.123 pontos, com giro de R$ 9,33 bilhões.

Apesar do ritmo favorável, a bolsa permanece rodeada de elementos de grande pressão ? e nenhum deles saiu de cena. Hoje, em relatório, o UBS destacou o corte da sua meta para o índice no fim deste ano, de 83 mil pontos para 73 mil pontos. As condições no país pioraram bastante recentemente e, mesmo depois da onda de vendas que atingiu a bolsa nos últimos dias, uma recuperação dos preços das ações parece improvável, segundo o banco.

No pior momento do dia, o Ibovespa chegou a cair à mínima nos 71.155 pontos (-0,33%), logo após o presidente do Fed, Jerome Powell, ressaltar, em discurso, o fortalecimento da economia americana. A bolsa, porém, absorveu os comentários de Powell e voltou ao campo positivo, com a trégua para ativos considerados mais arriscados lá fora. Na máxima, o Ibovespa chegou a subir 1,71%, aos 72.617 pontos.

"Os bancos dão sequência ao movimento positivo de ontem e, em relação à Petrobras, o investidor opera com cautela, mas tem grande expectativa quanto à votação da cessão onerosa na Câmara", diz Rafael Passos, analista da Guide Investimentos. A votação se refere a um projeto de lei que garante à Petrobras a possibilidade de vender seus direitos de exploração de 5 bilhões de barris de petróleo na área do pré-sal, contemplados no contrato de sessão onerosa assinado com o governo em 2010.

No setor bancário, Banco do Brasil subiu hoje 2,90%, enquanto Bradesco ON avançou 0,63%; Bradesco PN valorizou 2,14% e Itaú Unibanco teve alta de 1,85%. A Petrobras ON subiu 4,09%, enquanto a PN da estatal ganhou 5,12%.

O mercado tem ainda um teste importante à frente, depois que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem absolver a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na próxima terça-feira (26), a agenda do STF prevê análise de um pedido do ex-presidente Lula para que sua prisão seja suspensa, e a conclusão do caso de Gleisi deixa o caminho livre para a votação da pauta.

Para operadores, essa questão permanece no radar dos agentes de mercado porque uma decisão favorável ao petista pode abrir o caminho para o registro da sua candidatura nas eleições de outubro, mas o Ibovespa hoje surfa o bom humor de outras bolsas no mundo, e o assunto só deve começar a ganhar peso na semana que vem.

Hoje, o elemento que deve pautar mais a decisão do investidor é a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic. Mais do que a decisão em si, o investidor espera pelo comunicado do órgão do BC para compreender qual a posição da autoridade em relação à volatilidade cambial no Brasil e qual o futuro da taxa básica de juros.