Ibovespa opera em queda, puxado por estatais
O Ibovespa acentuou o ritmo de queda em relação à abertura dos negócios e se aproxima dos 70 mil pontos, numa sessão amplamente negativa para as ações de empresas estatais, que aparecem entre as maiores quedas do dia. Os bancos, que avançaram em bloco nos últimos dois pregões, também operam no campo negativo e pressionam o índice.
Por volta de 13h35, o Ibovespa recuava 1,38%, aos 71.131 pontos, puxado por Eletrobras PNB (-6,88%) e Eletrobras ON (-5,85%), as maiores quedas do índice. Petrobras PN (-3,21%), Petrobras ON (-2,80%) e Banco do Brasil ON (-2,04%) completavam o quadro negativo para as estatais.
Petrobras PN, inclusive, tinha o maior giro financeiro do dia, movimentando R$ 562 milhões ? o montante representava 18% do volume de negociações do Ibovespa, que somava R$ 3,1 bilhões. O volume projetado para o índice ao fim do dia é de pouco mais de R$ 7 bilhões.
Para Sergio Goldman, chefe de research da Magliano Corretora, o IPCA-15 mais alto que o esperado em junho e o tom adotado pelo Copom em seu comunicado de decisão monetária, deixando espaço para alta de juros no futuro apesar de manter a Selic em 6,5% ao ano por enquanto, aumentam o nervosimo no mercado acionário.
Quanto às estatais, Goldman ressalta que diferentes fatores influenciam o desempenho de cada um dos papéis. No caso das ações da Petrobras, a combinação entre a retração nas cotações do petróleo e o julgamento de ação trabalhista bilionária contra a empresa, pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), criam um ambiente negativo para os papéis.
O julgamento, que teve início às 11h, pode fazer com que a Petrobras desembolse R$ 17 bilhões para ajustar os salários de cerca de 51 mil empregados ? os papéis da companhia acentuaram o ritmo de perda depois desse horário. Em seu último balanço trimestral, a empresa registrou um montante de R$ 15,264 bilhões em expectativa de perda classificada como "possível" em relação a esse processo.
Em relação à Eletrobras, Goldman afirma que os papéis reagem à postergação, pela Câmara dos Deputados, da votação do requerimento de urgência para tramitação da proposta sobre a venda das distribuidoras da empresa. "Mas me parece que as perdas de hoje são muito altas", diz.
A questão da cessão onerosa também segue no radar dos investidores, uma vez que a Câmara dos Deputados aprovou ontem o texto-base do projeto de lei, mas a votação de três destaques ficou para a próxima semana. O tema é considerado prioritário pelo governo federal, uma vez que o acordo é necessário para destravar o leilão do pré-sal.
Já Banco do Brasil ON recua em conjunto com outros papéis do setor bancário, entre eles Bradesco PN (-2,88%) e Itaú Unibanco PN (-1,37%), num movimento de correção após duas sessões de alta coletiva no segmento financeiro. Por fim, Vale ON (-2,13%), ação de maior peso do Ibovespa, cai forte e enfraquece ainda mais o índice.
Na ponta positiva, destaque para o setor de papel e celulose: Suzano ON (+2,48%) e Fibria ON (+0,45%) conseguem se recuperar após os temores de guerra comercial entre EUA e China derrubarem os preços dos papéis nesta semana. Além delas, GPA PN (+0,67%) tem leve alta, reagindo à elevação da recomendação do Goldman Sachs para os papéis, passando de neutro para compra.
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