Santander quer tirar do Itaú a liderança entre bancos privados no país
O grande concorrente do Santander no Brasil é o Itaú Unibanco, indicou nesta quinta-feira a presidente do banco espanhol, Ana Botín, durante evento promovido pela instituição em Londres. O banco tem como meta alcançar a liderança no mercado brasileiro de instituições privadas.
"Se queremos ser melhores que o Itaú no Brasil, só vamos conseguir trabalhando junto com o grupo todo", afirmou, sem citar o Bradesco, segunda maior instituição privada do setor no país.
A operação no Brasil representou 27% dos resultados do grupo espanhol no mundo no primeiro trimestre e se consolidou na liderança de principal mercado do Santander no mundo. "Nos últimos anos, os países que mais valor criaram para o grupo são os países da América Latina", afirmou.
Conforme a executiva, as filiais da América Latina já representam cerca de 51% do resultado do grupo. Ana explicou que a oscilação em termos de qual mercado contribui mais para o lucro do banco é positiva.
"Em algum momento pode ser de novo que Espanha e Europa voltem a ter desempenho melhor. Como reportamos [os resultados] em euros, então a mudança de moedas afeta bastante", ponderou.
Guerra comercial
Para Ana Botín, a guerra comercial e a normalização da política monetária nos Estados Unidos não vão impedir a América Latina de continuar crescendo. A executiva expressou otimismo tanto com a economia da região quanto em relação ao avanço global.
"Sigo sendo otimista com os países da região e a perspectiva de crescimento não vai ser abalada", disse. Segundo ela, "a mensagem é de que, apesar das aparências, as condições que temos hoje no mundo não são desfavoráveis, o crescimento global é o mais elevado dos últimos cinco anos, o mundo cresce mais de 3,5% neste ano e nenhuma agência tem revisado esse dado", disse.
A executiva citou ainda os juros globais ainda baixos, "de 1% na média", e "apesar de uma política monetária menos elástica, nos EUA há uma política fiscal estimulativa".
A CEO do Santander reconheceu que "a saída do QE [quantitative easing, programa de estímulo monetário] pelo Federal Reserve [Fed, o banco central dos EUA] e a subida de juros são significativos, e podem levar a um menor crescimento na América Latina". No entanto, "o impacto sobre o crescimento da América Latina será de 0,5 ponto percentual" e a região deve alcançar uma média de 3% em 2019.
Segundo Botín, a política monetária do Fed está mudando porque a economia americana tem crescido. E "o que está acontecendo nos EUA é bom para a América Latina, que está mais forte do que da última vez em que houve isso [o aperto monetário do Fed]".
A executiva-chefe do banco espanhol também relativizou o pessimismo em relação à possibilidade de escalada do protecionismo mundial. "Sobre o tema das guerras comerciais, temos de analisar os fatos, e o comércio global segue crescendo apesar da mudança em algumas tarifas", disse.
Para a presidente do Santander, "o impacto de uma guerra comercial não vai ser enorme na região". Ana acrescentou que "o crescimento mundial pode sobreviver a todas as coisas que estão acontecendo".
(*O repórter viajou a convite do Santander)
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