UOL - Espaço de trabalho compartilhado é apenas para jovens profissionais?
Miguel McKelvey - Não! De jeito nenhum. É por isso que dizemos a geração "Nós", porque isso não tem a ver com idade, mas com intenção, significado e propósito, e com ter uma conexão com algo maior do que você mesmo. Qualquer pessoa pode ter isso. Não há nenhuma relação com idade, mas com estar aberto e disposto a mudar.
Esse é um dos desafios. Se algumas pessoas estão fazendo a mesma coisa há 10, 20 ou 30 anos, talvez elas tenham menos disposição para se lançar em novas coisas, mas eu acho que assim que elas cruzam a linha e dizem 'Vou tentar', o mundo inteiro se abre para elas.
Alguém que é mais velho pode ter um pouco mais de dificuldade em se ajustar a algo novo, mas uma vez que a pessoa tenta, ela ama. Não tem a ver com ser jovem ou velho ou nada disso. Tem a ver com a disposição para tentar algo novo.
Qual é a importância do Brasil para a WeWork globalmente?
Nossa equipe tem uma energia incrivelmente positiva. Quando eles vêm para nossos eventos, eles têm tanta paixão e compartilham isso com o restante da equipe, com outras pessoas do mundo todo. Então, sei que isso é importante.
Também aprendi muito sobre o quão apaixonados eles são em fazer a diferença no Brasil e em suas comunidades locais, não apenas para o crescimento da WeWork, mas para tentar ajudar com assuntos sociais, com conscientização.
Eu me sinto incrivelmente otimista com relação ao que nossa equipe está fazendo aqui e acho que ela é exemplo para outras equipes nossas mundo afora.
Vocês investiram recentemente na The Wing [espaço de trabalho exclusivo para mulheres]. Como veem a questão da mulher nos espaços de trabalho?
Muitas mulheres estão administrando nossos prédios, às vezes com 1.000, 2.000, 3.000 membros, e estão fazendo um trabalho incrível. Nossa primeira tarefa é apoiar nossa própria equipe e ajudar as nossas mulheres a se sentirem felizes e animadas em vir para o trabalho, e garantir que a sua experiência seja ótima, que estejam incrivelmente felizes em trabalhar para a WeWork e que sejam empoderadas aqui.
Temos de lembrar a equipe o que já construímos para criar esse ambiente onde as pessoas, homens e mulheres, são de muitas formas tratados mais igualmente do que jamais foram antes, especialmente em países e em empresas onde esse não era o caso.
A The Wing também é um grupo incrível de pessoas que está encontrando novas formas de empoderar uns aos outros, e eu acho que o motivo pelo qual queríamos trabalhar com elas é aprender como ajudá-las a ter sucesso.
Também há programas de refugiados, veteranos de guerra nos Estados Unidos, membros da nossa equipe, mulheres que trabalham para nós, a parada do orgulho LGBT. Nossa equipe está engajada em apoiar uns aos outros, não importa quem seja, pessoas negras, de diferentes origens, seja quem for. Nos sentimos realmente animados com a paixão que a nossa equipe tem em apoiar uns aos outros e ajudar os que são diferentes.
Acho que estamos melhorando nisso, porque falamos sobre isso o tempo todo, nos pressionamos a fazer mais, e os membros da nossa equipe são apaixonados por isso.
Vocês têm muitos concorrentes. Como explicam a atração que exercem sobre os investidores?
Em primeiro lugar, diria que somos a única empresa que faz algo como o que estamos fazendo, em termos de comunidade global, de ser realmente motivado em conectar pessoas e ajudá-las a ter sucesso.
Não há como dizer em palavras o que faz a WeWork diferente. É preciso entrar em um prédio e sentir a energia e a positividade, e foi isso o que convenceu muitos dos nossos investidores. Olhar apenas para o modelo de negócios ou para a planilha nunca vai contar a história sobre o que é a WeWork.
Acho que eles veem a mágica que acontece em um prédio, em dois prédios, em 40 prédios em Nova York, e pensam "por que não 400?" ou "por que não 4.000?" Não é um grande salto ver esses números e acreditar que podemos recriar essa energia.