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Todos a Bordo

REPORTAGEM

Rainha Elizabeth 2ª viajava em voo comercial, como o supersônico Concorde

A rainha Elizabeth 2ª (Inglaterra) durante voo em Concorde da British Airways em 1977 - British Airways
A rainha Elizabeth 2ª (Inglaterra) durante voo em Concorde da British Airways em 1977 Imagem: British Airways

Alexandre Saconi

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/09/2022 04h00

A rainha Elizabeth 2ª morreu na quinta-feira (8) no Castelo de Balmoral, na Escócia. A monarca tinha 96 anos e havia sido colocada em observação médica horas antes de sua morte.

Desde o início de seu reinado, em 1952, a rainha sempre precisou voar mundo afora para cumprir com seus deveres como chefe de Estado. Grande parte desses voos foi feita pela British Airways, maior companhia aérea do Reino Unido.

Até então, a maior parte de seus voos era realizada em aviões comerciais ou jatos fretados. Ocasionalmente, ainda viajava em aeronaves pertencentes à realeza.

Por questões de segurança, ela não embarcava mais em voos regulares com outros passageiros, mas eram realizadas viagens especiais em aviões reservados para levar Elizabeth 2ª e sua equipe.

Outros membros da realeza, por sua vez, podem viajar em voos comuns. Geralmente, fazem isso separado dos demais passageiros, como na primeira classe.

Aposentadoria de voos: Elizabeth 2ª havia completado 70 anos de seu reinado (jubileu de platina) em junho, o segundo mais longevo da história (atrás apenas de Luís 14, da França). Há três anos, a monarca se "aposentou" de voos internacionais, segundo um biógrafo.

Bermuda - British Airways - British Airways
Elizabeth 2ª pousa nas ilhas Bermudas em viagem no começo de seu reinado, na década de 1950
Imagem: British Airways

A monarca disse que que não iria mais voar de avião para fora do país, passando a ser representada pelo príncipe Charles em viagens internacionais.

Voos supersônicos pelo Concorde: Embora contasse com uma frota à sua disposição, ela também voava pela British Airways, empresa que ainda se chamava British Overseas Airways Corporation no começo de seu reinado.

Uma das aeronaves da empresa em que a rainha voou foi o Concorde, famoso por atingir velocidades acima do som. Foi nesse avião que a monarca embarcou para uma visita de estado ao Oriente Médio, em 1979.

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Rainha Elizabeth 2ª desembarca de voo realizado pela British Airways
Imagem: Facebook/British Airways

Helicóptero exclusivo: O Sikorsky S76C++ é um helicóptero de transporte vip, e a realeza tem um modelo especial para ela. Essa aeronave pode levar até 13 passageiros, mas foi configurada com apenas seis assentos (além dos pilotos) para um maior conforto dos monarcas.

A velocidade de cruzeiro do S76C++ é de 280 km/h, podendo voar a uma distância de até 760 km, o que o permite chegar a quase todo o território do Reino Unido sem parar para reabastecer.

O comprimento total do helicóptero é de 16 metros, com uma altura de 4,4 metros. O rotor principal têm um diâmetro de 13,4 metros.

Sikorsky  - Divulgação/Mark Harkin - Divulgação/Mark Harkin
Helicóptero Sikorski S76C++ utilizado por Elizabeth 2ª, rainha da Inglaterra
Imagem: Divulgação/Mark Harkin

Jatinhos privativos: O Ministério da Defesa do Reino Unido anunciou recentemente que quatro BAe 146 antigos serão substituídos por dois Dassault Falcon 900LX, modelo mais econômico, segundo o órgão. Eles serão operados por civis e militares, e servirão, prioritariamente, membros seniores da família real e ministros.

O Falcon 900LX tem capacidade para até 12 passageiros e pode voar a uma distância de até 8.800 km com uma velocidade de 850 km/h. Suas dimensões são as seguintes: 20,2 metros de comprimento, 7,7 metros de altura e envergadura de 21,4 metros.

Os BAe 146 serviram ao Reino Unido por 20 anos, e duas unidades serão preservadas para fins culturais, tendo as outras duas sido adquiridas por operadores civis.

The Voyager: A RAF (Força Aérea Real do Reino Unido) possui uma frota de transporte específica para autoridades e a família real. Um dos principais aviões utilizados é The Voyager (O Viajante).

Trata-se de um A330 MRTT, usado desde 2012. Quando não está transportando líderes, cumpre suas funções militares.

Batizado de MRTT, da sigla em inglês Multirole Tanker Transport (avião multimissão de transporte e reabastecimento em voo, em tradução livre), ele cumpre diversas tarefas militares restritas a poucos modelos mundo afora, como o reabastecimento aéreo de caças.

Embora a rainha não tenha chegado a voar nele, tendo em vista que a aeronave é feita para voos mais longos (dos quais ela se aposentou), ele se manteve à sua disposição enquanto líder do reinado.

Voyager -  Alex Scott/Royal Air Force/Crown -  Alex Scott/Royal Air Force/Crown
Versão militar do Airbus A330 utilizada para o transporte de autoridades do Reino Unido e da família real
Imagem: Alex Scott/Royal Air Force/Crown

Homenagem nas redes sociais: A empresa postou uma homenagem em suas redes sociais após a confirmação da morte: "Na British Airways, estamos profundamente tristes em saber da perda de sua majestade, a rainha. Neste momento terrivelmente triste, nossos pensamentos estão com toda a família real britânica e a nação, enquanto lamentamos sua perda imensurável".

"Estamos profundamente honrados e orgulhosos de ter levado sua majestade em várias ocasiões, momentos que sempre guardaremos com carinho. Sua majestade há tanto tempo mostrou imensa resiliência e nos encorajou a permanecer juntos para enfrentar tempos difíceis. Então agora estamos orgulhosos, junto com o Reino Unido, de agradecer-lhe por seu serviço e dar-lhe uma despedida final", continua a nota.