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Bovespa cai para 51 mil pontos, menor nível desde outubro de 2011

Do UOL, em São Paulo

07/06/2013 18h03Atualizada em 21/03/2014 15h39

Bovespa fechou em forte baixa nesta sexta-feira (7), atingindo o menor nível desde outubro de 2011, depois que a agência de classificação de riscos Standard & Poor's ameaçou rebaixar a nota de crédito do Brasil.

O Ibovespa (principal índice da Bolsa) perdeu 2,39%, aos 51.618,63 pontos -é o menor patamar desde o dia 7 de outubro de 2011, quando fechou a 51.243,62 pontos. Na semana, a Bolsa perdeu 3,53%, a segunda queda semanal consecutiva.

No ano, a Bovespa já acumula perdas de 15,3%.

A S&P revisou a perspectiva para a nota de crédito do país de "estável" para "negativa", o que indica que o Brasil pode ser rebaixado em algum momento dos próximos dois anos.

Atualmente, a nota que a agência atribui ao crédito brasileiro é "BBB", um nível abaixo do que é considerado grau de investimento.

Um país com boa nota é visto como pagador confiável de suas dívidas com os investidores estrangeiros. No entanto, essa avaliação também é questionável.

As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.

dólar comercial fechou em alta de 0,48%, a R$ 2,133 na venda. Apesar de ter avançado no dia, a moeda fechou a semana com queda de 0,45%, depois de ter acumulado cinco altas semanais seguidas.

Bovespa sofre com medidas do governo

Os investidores estrangeiros retiraram R$ 1,33 bilhão da Bovespa apenas na quarta-feira, 5 de junho, após o governo federal zerar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos estrangeiros em renda fixa.

Com isso, o saldo de recursos externos na Bovespa no acumulado de junho era negativo em R$ 1,97 bilhão, enquanto o saldo no ano diminuiu a R$ 6,56 bilhões positivos.

Na ocasião, o Barclays tinha alertado que a mudança no IOF poderia levar a alguns fluxos de saída, uma vez que certos investidores não estariam tirando seu capital do país até então por causa da taxação de 6%.

Além disso, com a isenção do imposto, o investimento em renda fixa pode parecer mais atraente para alguns investidores do que as ações na Bolsa.

Gafisa desaba 10%; estatais puxam queda da Bolsa

As ações das estatais federais Eletrobras (ELET6) e Petrobras (PETR4), que também tiveram a perspectiva de rating revisada para "negativa" pela S&P, fecharam o dia no vermelho; a Eletrobras perdeu 5,26%, e a Petrobras recuou 3,19%.

A construtora Gafisa (GFSA3) liderou as perdas do Ibovespa, desabando 10,3%, a R$ 3,65, no mesmo dia em que anunciou a venda do controle da Alphaville Urbanismo por R$ 1,4 bilhão.

Bolsas internacionais

As ações europeias tiveram forte alta nesta sexta-feira (7), revertendo perdas iniciais depois de dados de emprego nos Estados Unidos mostrarem que a economia está crescendo modestamente, mas não o suficiente para incentivar o banco central norte-americano a diminuir seu programa de estímulo.

O índice das principais ações europeias FTSEurofirst 300 subiu 1,3%, para 1.194 pontos, anulando parte das perdas registradas durante a semana. Em Londres, o índice Financial Times subiu 1,2%. Em Frankfurt, o índice DAX avançou 1,92%. Em Paris, o índice CAC-40 ganhou 1,53%.

As ações japonesas caíram para o menor nível em dois meses nesta sexta-feira (7), com o iene subindo em relação ao dólar. Os investidores estavam preocupados com os dados de emprego dos Estados Unidos que seriam divulgados mais tarde. 

O índice Nikkei, do Japão, chegou a cair 2,8% na sessão, acumulando perdas de 20% desde o recorde em cinco anos e meio atingido há duas semanas. O Nikkei encerrou em queda de 0,21%, fechando a pior semana em mais de dois anos. 

O índice de Seul encerrou em baixa de 1,8%, o mercado recuou 1,21% em Hong Kong, enquanto a bolsa de Taiwan ficou praticamente estável, com variação negativa de 0,01%.

O índice referencial de Xangai perdeu 1,39%, Cingapura retrocedeu 0,28% e Sydney fechou com desvalorização de 0,91%.

(Com Reuters)