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Bovespa perde 22% no semestre, maior queda desde o início da crise

Do UOL, em São Paulo

28/06/2013 17h54Atualizada em 21/03/2014 15h10

Bovespa fechou no vermelho nesta sexta-feira (28), acumulando queda de 22,14% no semestre que se encerra. É o pior tombo desde o segundo semestre de 2008, quando a Bolsa desabou 42,25%, no estouro da crise econômica internacional.

A Bovespa caiu em todos os meses deste ano; só em junho, as perdas foram de 11,3%. Nesta sexta, o Ibovespa (principal índice da Bolsa) fechou com perdas de 0,32%, aos 47.457,13 pontos.

dólar comercial acumulou ganhos de 8,97% no semestre, mesmo após várias medidas do Banco Central para tentar contar a alta da moeda. No dia, a valorização foi de 1,63%, a R$ 2,232 na venda.

Brasil precisa de "choque de credibilidade", dizem analistas

O desempenho da Bovespa em junho foi o pior para um mês desde maio do ano passado, quando a Bolsa perdeu 11,86%.

O consolo, segundo os profissionais de mercado, é que aparentemente há pouco espaço para os preços caírem muito mais. 

O cenário atual reflete a combinação de dados ruins sobre a economia do país com o pico de apreensão nos mercados internacionais, depois que o BC dos Estados Unidos ameaçou reduzir seu estímulo mensal.

"Isso diminuiu o fluxo para mercados emergentes e isso deve continuar nos próximos meses", disse Walter Mendes, sócio da Cultinvest Asset Management. "O que ainda vamos descobrir é a intensidade com que isso vai acontecer".

Na sua visão, por isso não surpreende o fato de que as ações consideradas de maior risco, como as das empresas do empresário Eike Batista, tenham estado entre as maiores quedas recentes.

Mas o grande vilão da Bolsa, de acordo com profissionais do mercado, é a piora generalizada da economia doméstica, com baixo crescimento do PIB, inflação em alta e fracos dados da balança comercial.

Foi esse quadro que levou a agência de classificação de crédito Standard & Poor's revisar no começo do mês a perspectiva da nota de risco do Brasil de "estável" para "negativa".

"Precisamos de um choque de credibilidade para a Bolsa mudar de rumo", disse Álvaro Bandeira, sócio da Órama Investimentos no Rio de Janeiro.

Bolsas internacionais

As ações europeias fecharam em baixa, encerrando um trimestre bastante instável e registrando a primeira perda mensal em mais de um ano, com investidores preocupados com a futura redução do programa de compra de ativos nos Estados Unidos.

O índice das principais ações europeias FTSEurofirst 300 reverteu ganhos vistos mais cedo e fechou com baixa de 0,5%, a 1.152 pontos. Com isso, encerrou junho com perda de 5,3%, a primeira desde maio de 2012.

Em Londres, o índice Financial Times recuou 0,45%, a 6.215 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 0,39%, para 7.959 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 teve baixa de 0,62%, a 3.738 pontos.

Em Milão, o índice Ftse/Mib perdeu 1,24%, para 15.239 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 recuou 1,04%, a 7.762 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 valorizou-se 0,44%, para 5.556 pontos.

As ações asiáticas subiram pelo terceiro dia, lideradas por uma forte alta do índice japonês Nikkei, que encerrou o primeiro semestre do ano com alta acumulada de 31,5%.

O índice Nikkei saltou 3,51%, para o maior nível em quase quatro semanas, puxado por dados otimistas mostrando que os preços ao consumidor pararam de cair em maio e que a demanda de trabalho atingiu o nível mais forte em cinco anos.

O índice de Seul encerrou em alta de 1,56%, o mercado avançou 1,78% em Hong Kong, a Bolsa de Taiwan ganhou 2,26%, enquanto o índice referencial de Xangai expandiu 1,50%. Cingapura subiu 1,04%, enquanto Sydney fechou com leve desvalorização de 0,18%.

(Com Reuters)