Dólar fecha em queda de 1,7%, a R$ 2,244, e atinge menor nível em 5 meses

O dólar comercial fechou em queda de 1,7% nesta sexta-feira (4), cotado a R$ 2,244 na venda. É o menor valor desde 31 de outubro do ano passado, quando a moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 2,234.

Com isso, o dólar fecha a semana com desvalorização de 0,69%. No mês, a moeda dos EUA acumula perdas de 1,13% e, no ano, queda de 4,83%. 

A baixa do dólar nesta sexta foi influenciada, dentre outros motivos, pela divulgação do relatório de empregos nos Estados Unidos.

Foram criados 192 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado, após subirem em 197 mil em fevereiro. A taxa de desemprego ficou inalterada em 6,7%. Economistas consultados pela agência de notícias Reuters esperavam que 200 mil novas vagas fossem criadas em março e que a taxa de desemprego recuasse 0,1%.

Segundo analistas, o número mostra que a economia norte-americana continua forte mesmo após a desaceleração provocada pelo clima frio no início do ano.

No entanto, para economistas, os dados não são suficientes para fazer o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, aumentar o ritmo de cortes do programa de estímulos econômicos. O resultado também diminui as preocupações de que a taxa de juros nos EUA seja elevada antes do esperado.

Se o Fed aumentasse o ritmo de cortes, reduziria ainda mais a quantidade de dólares em circulação no mundo, e faria a moeda ficar mais cara. Além disso, sem essa enxurrada de dólares e com juros mais altos nos EUA, os investidores tendem a preferir opções consideradas mais seguras, e tirar recursos de países emergentes.

Cenário nacional

A queda do dólar também foi puxada pelo anúncio do Banco Central brasileiro de que daria início, nesta sessão, à rolagem dos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 2 de maio.

Foram vendidos 10 mil swaps: 4.410 com vencimento em 2 de janeiro e 5.590 para 1º de abril de 2015. A operação movimentou o equivalente a US$ 493,6 milhões.

Com isso, o BC já rolou 6% do lote total que vence no próximo mês, correspondente a US$ 8,733 bilhões.

Se mantiver esse ritmo de leilões durante todo o mês, o BC conseguirá rolar praticamente todo o lote para o próximo mês.

Em março, o BC rolou apenas cerca de 75% dos contratos de swaps que venceram no início deste mês. Foi a segunda vez que o BC deixou parte dos contratos vencerem desde agosto passado, quando iniciou seu programa de intervenção no mercado de dólares.

"O mercado fica buscando um piso no câmbio e o anúncio da rolagem desarmou um pouco essa reação do mercado", disse um economista à Reuters, referindo-se a avaliações de que o BC não permitiria que o dólar recuasse abaixo de R$ 2,25, com medo de possíveis impactos negativos sobre as exportações.

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Atuações diárias do BC brasileiro no mercado de dólar

O Banco Central manteve seu programa de intervenções diárias no câmbio, com as novas regras anunciadas em dezembro.  

Nesta sexta, o BC vendeu toda a oferta de 4.000 contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 1º de dezembro deste ano. O BC também ofertou swaps para  2 de março de 2015, mas não vendeu nenhum. A operação movimentou US$ 198,3 milhões. 

(Com Reuters)

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