Dólar volta a subir e retoma maior valor em mais de 12 anos, a R$ 3,371
O dólar comercial voltou a subir nesta quinta-feira (30) e fechou em alta de 1,25%, a R$ 3,371 na venda. Com isso, a moeda norte-americana voltou a atingir o maior valor em mais de 12 anos, desde 27 de março de 2003, quando fechou a R$ 3,386.
Na véspera, o dólar havia caído 1,18%, a R$ 3,329, após cinco altas seguidas.
De olho nos EUA e na China
A alta da moeda acompanhou movimento de valorização no mundo todo.
Nesta quinta, os Estados Unidos informaram que seu PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 2,3% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O resultado positivo aumenta a expectativa de que o banco central norte-americano (Federal Reserve) comece a subir as taxas de juros no país em sua próxima reunião, em setembro.
A alta dos juros nos EUA preocupa os investidores porque pode fazer com que os recursos que hoje estão em países emergentes, como o Brasil, sejam transferidos para lá.
O dia também foi de preocupação com a desaceleração da economia chinesa. A Bolsa de Xangai voltou a cair, perdendo 2,2%, após subir 3,5% na véspera.
Alta dos juros no Brasil
Na quarta, após o fechamento dos mercados, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, divulgou um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, de 13,75% para 14,25%. É o sétimo aumento seguido da Selic.
O Copom sinalizou, porém, que não deve fazer novos aumentos na taxa. Segundo comunicado do comitê, a taxa de 14,25% será mantida por "período suficientemente prolongado".
Atuação do BC no câmbio
Investidores aguardavam também novas pistas sobre como o Banco Central deve agir no mercado de câmbio. A valorização do dólar tende a aumentar a inflação, que já está alta.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares). Com isso, já rolou o equivalente a US$ 6,270 bilhões, ou cerca de 59% do lote que vence no início de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.
Nos últimos meses, o BC tem feito rolagens parciais e caminha para repor cerca de 60% do lote de agosto. Operadores têm afirmado que, se mantiver essa proporção para o lote de setembro, o BC sinalizaria que está confortável com o avanço da moeda norte-americana.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com Reuters)
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