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Escola de rock vira franquia com investimento a partir de R$ 211 mil

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

03/07/2015 06h00

A paixão pelo rock’n’ roll foi o que levou o empresário Marcelo Freitas, 43, a abrir, em 2012, a Academia do Rock, uma escola focada no ensino do estilo musical. Três anos depois, a empresa curitibana entrou para o ramo de franquias. O investimento inicial de uma unidade é de R$ 211 mil (inclusos taxa de franquia + instalação + capital de giro), segundo a marca.

A expectativa de faturamento mensal do franqueado é de R$ 65 mil, com lucro líquido de R$ 14 mil, e o prazo estimado para o retorno do investimento é a partir de 18 meses. A empresa pretende abrir três unidades ainda em 2015 e chegar a 20 pontos de operação no país em cinco anos. Os locais de interesse são cidades com mais de 250 mil habitantes, especialmente as capitais, de acordo com a franquia.

Entre os instrumentos ensinados estão guitarra, violão, baixo, teclado, piano e bateria. Também há cursos de canto e produção musical. As primeiras aulas são individuais até que o aluno aprenda a teoria e ganhe prática. Depois, ele passa a ensaiar numa banda com alunos que tocam outros instrumentos.

Semestralmente, há uma apresentação de bandas formadas por alunos, que conta com fotografia e filmagem profissionais. “Eles se sentem ‘rockstars’ por um dia”, afirma Freitas. A escola tem 340 alunos matriculados com idades entre 5 e 75 anos. Segundo o empresário, cerca de 60% têm entre 20 e 40 anos. “São médicos, advogados e até empresários que usam o rock como terapia contra o estresse.”

Também há alunos que buscam a escola para formar bandas e seguir carreira no rock. De acordo com Freitas, alguns grupos formados nas aulas tocam em bares de Curitiba (PR) nos finais de semana. A mensalidade dos cursos custa R$ 350. Só em 2014, a empresa faturou R$ 1,4 milhão. O lucro não foi revelado.

Falta de incentivo a bandas motivou negócio

O empresário, que frequentou escolas de música na juventude e até foi baixista em bandas amadoras de rock, diz que a ideia de negócio veio de uma carência notada por ele no mercado. Segundo Freitas, a maioria das escolas era muito generalista, ensinava vários estilos musicais e não inseria o aluno no contexto de uma banda.

“Não havia incentivo para os alunos formarem bandas. Eles aprendiam a tocar o instrumento, mas não sabiam sua função dentro de um conjunto”, afirma. “Em geral, o aluno toca a música que o professor ensina, não a que ele gosta.”

O investimento para começar foi de R$ 200 mil, segundo Freitas. O negócio, que iniciou as atividades em um espaço de 200 m², hoje ocupa uma área com o dobro do tamanho.

Eventualmente, a escola recebe personalidades famosas para contar sua trajetória e tocar com os alunos. Já visitaram a Academia do Rock nomes como o guitarrista norte-americano John Primer e Dave Evans, primeiro vocalista da banda australiana AC/DC.

Serviço é refém de mão de obra especializada

O maior desafio para os interessados em investir na franquia é a dificuldade de contratar profissionais treinados, segundo Ana Vecchi, diretora da consultoria Vecchi Ancona. Para ela, um professor malpreparado pode desestimular o aluno e manchar a reputação do negócio.

“Saber tocar um instrumento não significa ser um bom professor. Antes de investir, o empreendedor deve questionar qual o suporte que a franqueadora dará a ele na hora de contratar e treinar a equipe”, afirma. “Essa é uma dificuldade comum nas franquias de serviços, elas ficam reféns da mão de obra especializada.”

Além disso, a consultora diz que, no geral, as escolas de música apresentam alta rotatividade de alunos. Muitos frequentam as aulas por um período curto e acabam abandonando o curso. “É papel do franqueado atrair e reter esses alunos com uma equipe qualificada e com um ambiente no qual eles se sintam estimulados”, declara.

Onde encontrar:

Academia do Rock: www.academiadorock.com.br

Alunos de escola de rock tocam "Come Together", dos Beatles