Inflação caiu, e agora? Magalu e Petz vão bombar na Bolsa?
Com o recuo na inflação oficial do país, as ações de varejo devem ter uma recuperação, porque há expectativa de os juros subirem menos, ou até caírem. É nisso que apostam vários especialistas de mercado. "A recuperação, de fato, já começou na semana passada, quando o mercado antecipou que poderia haver uma queda da inflação", diz Luiz Carlos Corrêa, sócio da Nexgen Capital.
Caso os juros parem de subir ou sejam cortados pelo Banco Central, investimentos em renda variável, como ações, ficam mais atrativos. Além disso, a deflação neste momento, em que os preços estão muito altos, significa melhora no poder de compra da população, que pode consumir mais, impulsionando empresas do varejo.
E agora? O que deve acontecer com as ações? Tem algum setor que se beneficia mais que outro? Veja abaixo a análise e saiba como investir.
O que aconteceu com a inflação? Hoje, foi divulgado que o índice, em julho, caiu 0,68% na comparação com junho. É a maior deflação desde o início da série histórica, em janeiro de 1980.
E qual a consequência para as ações? O mercado já estava prevendo que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fosse cair. Foi por isso que o Ibovespa, na semana passada, teve alta de 3,21%. Nos últimos cinco dias, por exemplo as empresas de varejo vem ensaiando uma recuperação de preços. Magalu (MGLU3), por exemplo, acumula alta de 13,97%, chegando a R$ 3,10. A Via, dona das Casas Bahia, subiu 17,37%, para R$ 2,77.
"O mercado gosta de comprar no boato e vender no fato", explica Corrêa, citando um "ditado" que os analistas gostam de repetir. O mercado, segundo a casa de análises Eleven, esperava que a deflação seria de 0,66%. Ou seja, o número veio melhor que o esperado.
Hoje, a Bolsa está em queda de 0,25%. Ações do Magazine Luiza caíam 5,81% às 14h e as da Via estavam em queda de 5,14%.
Quais empresas ganham mais? Os analistas estão otimistas, principalmente em relação a empresas de consumo e até com o setor imobiliário.
Com uma inflação mais amena, a taxa de juros tende a cair e isso tem impacto direto nos investimentos: os ativos de risco, como as ações, tornam-se atrativos novamente, dizem Régis Chinchila e Luis Novaes, da equipe de análise da Terra Investimentos.
Para Fernando Siqueira, chefe de análises da Guide Investimentos, a queda da inflação pode "facilitar" um corte nos juros em breve pelo Banco Central.
E isso impacta diretamente ações de consumo, de tecnologia e as chamadas small caps, as pequenas empresas, diz ele. Essas companhias são beneficiadas quando os juros estão menores porque elas precisam de investimento para crescer.
Uma delas, por exemplo é a rede de produtos para pets, Petz (PETZ3), que teve alta nos últimos cinco dias de 8,74%, chegando a R$ 10,95.
E o Banco Central deve reduzir juros? A possibilidade de que os juros sejam amenizados também foi expressada hoje, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central.
O BC vai monitorar se pode manter a Selic no atual patamar, em 13,75% ao ano. Por outro lado, o comitê reafirmou que avaliará a necessidade de um ajuste residual, bem menor, em setembro.
A inflação deve continuar caindo? A inflação caiu só um pouquinho em julho e continua alta no ano. Na comparação com julho do ano passado, o IPCA está 4,77 pontos maior. Em 12 meses, o aumento acumulado é de 10,07%.
O maior gatilho para a queda em julho, em relação a junho, foi o desconto no preço dos combustíveis, graças aos menores impostos. Então, é uma queda provocada artificialmente.
Pelo menos no curto prazo, os preços devem continuar caindo, segundo Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos. "A expectativa é que a pressão sobre a inflação diminua nos próximos meses e isso beneficia todos os setores da economia", afirma ele.
Corrêa, da Nexgen, explica que a inflação brasileira tinha um componente muito forte que era o preço dos combustíveis. Uma vez subindo, tudo aumentava também. "Agora, como nossa inflação é muito pautada nos preços de diesel, gasolina e etanol, a tendência é continuar caindo", afirma ele.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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