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Poupança, Tesouro, Bolsa e FIIs: que investimentos renderam mais em um mês?

Investimentos: veja o que mais rendeu em agosto e se algum investimento ganhou da inflação - FG Trade/iStock
Investimentos: veja o que mais rendeu em agosto e se algum investimento ganhou da inflação Imagem: FG Trade/iStock

Gabriela Bulhões

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/09/2022 04h00

Agosto foi bom ou foi ruim para os investimentos? Isso vai depender dos ativos que integrarem a sua carteira de investimentos.

Ativos como Ibovespa, Fundos Imobiliários e Tesouro Selic se deram bem ao longo do mês e garantiram bons rendimentos ao investidor. Agora, o mesmo não aconteceu com o dólar e o ouro, que não se recuperaram completamente da queda do último ano.

Inclusive, o mês já começou com um baque com o anúncio da alta da Selic para 13,75%, que é a taxa básica de juros. Investimentos em renda fixa que seguem a Selic se toraram ainda mais atraentes - o que afeta aqueles ativos em renda variável. E nas próximas reuniões, a estimativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom), que define a taxa, possa manter a taxa ou ainda fazer um novo aumento.

O que aconteceu com os investimentos em agosto? E no último mês? Algum desses rendimentos foi maior que a inflação?

Afinal de contas, qual foi o rendimento? Analisando alguns ativos em agosto, baseado em dados do dia 30 de agosto, tanto renda fixa como variável fecharam o mês com rendimentos positivos.

O Ibovespa foi o maior rendimento do mês, atingindo uma uma rentabilidade de 7,04%.

O índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) não ficou muito atrás com 5,08%.

Depois veio o Tesouro Selic com 1,14% e a poupança com 0,71%.

Mas se preocupe se você investiu em dólar ou ouro: ambos tiveram rendimentos negativos de -1,66% e -3,60%, respectivamente.

O que afeta os investimentos? A assessora de investimentos da Sym Investments, Giovana Torres, chama atenção para o fato que a atividade econômica volta a dar bons sinais, refletindo no consumo das famílias. Isso beneficia ações ligadas ao comércio.

Comparando com o ano passado, tivemos até um impulso extra em Fundos Imobiliários ligados à economia real, com o aumento do fluxo de pessoas em shoppings, por exemplo.

E no último ano, a situação é a mesma? Já em relação aos últimos 12 meses, o cenário mudou um pouco.

O Tesouro Selic teve a maior rentabilidade com 9,98%.

Em seguida no ranking ficou o Ifix com 7,88%.

Em terceiro, a a poupança com 6,72%.

Indo na contramão, o Ibovespa apresentou o maior índice negativo com -7,77%.

Ouro e dólar acompanharam a queda, com -6,86% e -2,54%, respectivamente.

Por que isso aconteceu? A economia global tem passado por mudanças e o Brasil, que sempre foi mais volátil, enfrentou muitos desafios em sua atividade econômica no último ano.

Muitos investidores migraram de aplicações na Bolsa ou na renda variável para outras mais seguras, como a renda fixa, em resposta às mudanças na condução da política econômica brasileira (que elevou a taxa básica de juros) e da ameaça de recessão global, esclarece a professora de economia da Unioeste e PUC Toledo, Edineia Lopes.

O ouro caiu por causa das altas taxas de juros, percepção maior de risco global, aumento da taxa de câmbio do dólar e ainda a queda na demanda por ouro físico na indústria e joalheria.

O dólar segue por um caminho parecido, também afetado pela alta dos juros - investidores estrangeiros tiraram o dinheiro aplicado no Brasil e levaram para economias mais fortes, como os EUA, que também estão com juros elevados. Recentemente, por outro lado, o dólar subiu afetado pelo crescimento das exportações e pela entrada de capital estrangeiro na Bolsa.

Já no caso das aplicações no Tesouro Selic, o aumento da rentabilidade levou muitos dos investidores a saírem da renda variável e mergulharem na renda fixa, em busca de maior rendimento e menos volatilidade.

A elevação dos juros norte-americanos e dos rendimentos dos títulos dos Estados Unidos, somados a crises externas e internas, fez o índice Ibovespa cair no último ano, só recuperado o fôlego agora, explica a assessora de investimentos.

Também não dá para deixar de fora a instabilidade política. No Brasil, a proximidade das eleições é um componente a mais nas expectativas dos investidores, ampliando o cenário de incertezas em relação ao futuro, levando as pessoas a buscarem investimentos mais seguros, diz Lopes.

E a inflação? O lado triste é que mesmo com rentabilidade elevada do Ifix, Tesouro Selic e poupança nos últimos 12 meses, a inflação foi de 10,07% nesse período. Ou seja, o investidor saiu perdendo em todos os investimentos que tiveram um rendimento menor que esse.

Torres relembra que agosto também foi marcado pela queda histórica do IPCA-15, que ficou em -0,73%, após a variação de 0,13% em julho. Essa foi a menor taxa registrada desde novembro de 1991, puxada pela queda da gasolina e energia, além do cenário de deflação.

Selic e inflação continuam influenciando os investimentos: O mercado espera que a Selic só deve baixar no próximo ano e que a inflação continua sendo um ponto de atenção. Torres afirma que, mesmo que a inflação esteja dando sinais de encolhimento, isso ainda é temporário, e os investidores precisam ficar de olho.

Para se ter uma ideia, de acordo com o Boletim Focus, a inflação prevista para 2022 é de 7,15%, assim, é provável que alguns produtos de renda fixa não apresentem o rendimento esperado, ainda que a taxa nominal pareça bastante atrativa. Não bastasse a inflação, que reduz a rentabilidade real, é preciso considerar outros custos embutidos nas diferentes opções de investimentos, como taxa de custódia e o Imposto de Renda, aconselha Lopes.

O que fazer daqui para frente? Depende da conjuntura econômica e seus reflexos no mercado que afetam os indicadores como inflação, taxa de juros e dados da dívida pública. Enquanto não for nada favorável, pelo menos no curto e médio prazo, recomenda-se cautela na ocasião da tomada de decisão para investir.

O investidor pode esperar que os títulos prefixados e indexados à inflação, em prazos mais curtos, se desvalorizem, sendo uma oportunidade para entrar. Enquanto os títulos mais longos têm a possibilidade de ganho de capitais para quem já tem esse ativo, como as remunerações que acompanham a Selic, conclui Torres.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.