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Do cafezinho ao churrasco: como usar o bitcoin para além do investimento?

Superada a desconfiança com um ativo que sobe e desce de forma intensa diariamente, o bitcoin (BTC) ganha cada vez mais espaço na carteira dos investidores. Mas, além de investimento, a criptomoeda também pode ser usada hoje de diversas maneiras, do cafezinho na padaria até a compra de um apartamento em São Paulo, segundo especialistas consultados pelo UOL.

Bitcoin nasce como moeda descentralizada

O ativo saiu do papel em 2008. À época, Satoshi Nakamoto, o pseudônimo do criador da criptomoeda, tinha a intenção de que a mesma fosse usada para transferir entre pessoas de maneira descentralizada, ou seja, fora do guarda-chuva dos bancos centrais. Portanto, a característica de investimento acaba surgindo de forma "paralela".

Moeda é usada do cafezinho na padaria à compra de apartamento em São Paulo. Além do churrasco entre amigos no final de semana e como meio de pagamento entre pessoas, diz Beto Fernandes, analista da Foxbit.

Comparação com o ouro. Há também quem compre o bitcoin como forma de proteção contra a inflação ou crises econômicas, utilizando como reserva de valor contra a desvalorização de moedas fiduciárias. Entre as características similares do ouro e o BTC, é a possibilidade de aceitação em diversos estabelecimentos no mundo, seu alto valor e a emissão escassa, limitada a 21 milhões de unidades.

Diversificação de portfólio. Investir em Bitcoin pode ser uma forma de diversificar um portfólio de investimentos, reduzindo o risco global através da exposição a uma classe de ativos diferente, afirma Glauber Mota, CEO da Revolut para o Brasil. Ele diz que, devido aos riscos e volatilidade do bitcoin, é necessário avaliar se o perfil do investidor comporta este tipo de ativo e o tamanho ideal da exposição, o que varia de pessoa para pessoa.

Como usar a criptomoeda?

Compra varia segundo a plataforma. Na Revolut, por exemplo, a aquisição do bitcoin é realizada depois que o cliente já tem moedas estrangeiras, como o dólar, na carteira. Na Foxbit, o investidor tem a opção de fazer a conversão após inserir os reais na corretora. A compra e venda do criptoativos se dá em moeda fiduciária e, mesmo descentralizada, segue as regulações do sistema financeiro brasileiro.

Aquisição de produtos e serviços. Para viabilizar a criptomoeda como meio de pagamento, a Foxbit criou a Foxbit Pay, uma plataforma que permite a cobrança das vendas por empresas. O Paris 6, a Gafisa e a Monte Carlo são algumas das empresas que utilizam o serviço. Na Revolut, além de investimento, o usuário pode fazer transferências diretas e instantâneas a outros clientes.

Com forte potencial de valorização, poucas pessoas utilizam o bitcoin como meio de pagamento. Segundo Fernandes, da Foxbit, é diferente com as stablecoins (criptomoedas atreladas à alguma moeda fiduciária) lastreadas no dólar norte-americano, como o tether (USDT). Esta acaba tendo uma utilidade mais ampla, como pagamentos, remessas internacionais e até mesmo remunerações salariais.

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Preciso ter uma reserva em dólar?

Depende da plataforma. Algumas corretoras permitem a compra diretamente em reais. Em outros casos, é necessário a conversão para o dólar, para depois comprar o bitcoin ou outras moedas digitais.

Moeda não deve ser usada como reserva em dólar. De forma geral, os especialistas afirmam que usar outra moeda para criar uma reserva de emergência é arriscado, uma vez que não se trata de um investimento. Além do bitcoin não ser atrelado diretamente à moeda norte-americana, a criptomoeda é altamente volátil e seu valor é determinado pela atividade dos mineradores na blockchain e a oferta e demanda do mercado.

Vou gastar muito na conversão? As taxas variam significativamente entre as exchanges e plataformas de negociação. Além das taxas de conversão, é importante considerar as taxas de transação na rede blockchain, que podem variar conforme o congestionamento da rede, diz Mota, da Revolut. A Revolut cobra taxa de 1%, ou o mínimo de R$ 5, por exemplo.

Quais os cuidados antes de investir?

Algumas dicas de Glauber Mota, CEO da Revolut para o Brasil, são:

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Volatilidade: esteja preparado para a alta volatilidade e possíveis variações significativas no preço.

Segurança: use carteiras seguras e pratique boas práticas de segurança cibernética para proteger seus ativos. Pesquise sobre as empresas e exchanges com as quais pretende transacionar.

Regulação: esteja ciente das regulamentações locais sobre criptomoedas e como elas podem afetar seus investimentos.

Pesquisa: faça sua própria pesquisa sobre o bitcoin e o mercado de criptomoedas para entender os riscos e as oportunidades.

Diversificação: considere a diversificação como uma estratégia para mitigar riscos.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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