Catalães se unem em corrente humana para pedir independência
BARCELONA, 11 Set 2013 (AFP) - Milhares de catalães darão as mãos nesta quarta-feira em um novo teste de força pela independência, com uma corrente humana de 400 km para exigir do governo espanhol a organização de um referendo sobre a autodeterminação da região.
Vestida com uma camisa amarela na qual era possível ler "Via catalã em direção à independência" e com uma bandeira que dizia, em catalão e inglês, estar "um metro mais perto da liberdade", Mercè Juan Rodríguez, educadora social de 54 anos, partiu de Barcelona.
Com seu marido e dois primos planeja viajar 160 km até El Perelló, ao sul da capital catalã, para se unir à corrente, cujos organizadores previram o deslocamento de milhares de pessoas para garantir que a corrente percorra sem interrupções 86 localidades de norte a sul da região.
Mobilizados por ocasião da festa nacional catalã, a "Diada", pela associação independentista ANC, os participantes devem dar as mãos exatamente às 17h14 (12h14 de Brasília), lembrando o dia 11 de setembro de 1784, quando as tropas franco-espanholas tomaram Barcelona após a Guerra de Sucessão espanhola, acabando com sua autonomia.
"Tenho 81 anos e não pensava em ver a independência antes de morrer. Agora tenho ilusão e acredito que chegarei a vê-la", afirmou emocionado Joan Sabaté.
Para os organizadores do ato, o objetivo é claro: pressionar o presidente regional, o nacionalista Artur Mas, para que organize, como prometido, um referendo de autodeterminação em 2014, exigência compartilhada com o ERC, a segunda força política da região.
"A riqueza deste projeto é que neste momento é a sociedade civil quem está arrastando os políticos. É um projeto transversal e queremos acelerar este processo", declarou à AFP Carme Forcadell, presidente da ANC.
Em uma coletiva de imprensa aos meios de comunicação estrangeiros, Mas reconheceu ter realizado no dia 29 de agosto uma reunião, "que era supostamente secreta", com o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, mas disse não ver vontade política de Madri para responder às demandas da Catalunha.
O governo catalão está em aberto conflito com Madri desde que a capital rejeitou há um ano seu "pacto fiscal", que pedia uma maior autonomia orçamentária para a Catalunha.
Na maior parte da Espanha, o Estado central arrecada os impostos e depois transfere uma parte às regiões. O executivo catalão se queixa de fornecer mais do que recebe e diz sofrer um déficit fiscal de 16 bilhões de euros anuais.
No entanto, Mas afirmou nesta quarta-feira que, mesmo se Rajoy aceitasse agora negociar avanços na questão fiscal, a consulta popular é inevitável, embora para ele seja preciso converter em "plebiscitárias" as próximas eleições regionais, previstas para 2016.
"Neste momento o pacto fiscal já não resolve o problema", afirmou. Agora "qualquer solução para a Catalunha passa pelas urnas", acrescentou.
Carregando bandeiras independentistas e cantando o hino catalão, centenas de pessoas se reuniram na noite de terça-feira no centro de Barcelona para uma passeata.
Em um esforço para dar relevância internacional à iniciativa, a ANC organizou nos últimos dias réplicas de sua corrente humana em locais como Londres ou a Grande Muralha da China. E para chamar a atenção do mundo, a corrente desta quarta-feira deve passar por locais emblemáticos, como o estádio Camp Nou do Barcelona ou o templo da Sagrada Família de Gaudí.
"Esta é a mensagem que queremos passar ao mundo: visualizar que queremos ser um Estado, mas democraticamente e com um referendo", disse Forcadell.
A Catalunha viveu nos últimos anos um auge do independentismo, impulsionado pela crise econômica, pela recessão e por um desemprego que afeta 23,85% da população economicamente ativa da região.
ib-dbh/acc/eg/ma
Vestida com uma camisa amarela na qual era possível ler "Via catalã em direção à independência" e com uma bandeira que dizia, em catalão e inglês, estar "um metro mais perto da liberdade", Mercè Juan Rodríguez, educadora social de 54 anos, partiu de Barcelona.
Com seu marido e dois primos planeja viajar 160 km até El Perelló, ao sul da capital catalã, para se unir à corrente, cujos organizadores previram o deslocamento de milhares de pessoas para garantir que a corrente percorra sem interrupções 86 localidades de norte a sul da região.
Mobilizados por ocasião da festa nacional catalã, a "Diada", pela associação independentista ANC, os participantes devem dar as mãos exatamente às 17h14 (12h14 de Brasília), lembrando o dia 11 de setembro de 1784, quando as tropas franco-espanholas tomaram Barcelona após a Guerra de Sucessão espanhola, acabando com sua autonomia.
"Tenho 81 anos e não pensava em ver a independência antes de morrer. Agora tenho ilusão e acredito que chegarei a vê-la", afirmou emocionado Joan Sabaté.
Para os organizadores do ato, o objetivo é claro: pressionar o presidente regional, o nacionalista Artur Mas, para que organize, como prometido, um referendo de autodeterminação em 2014, exigência compartilhada com o ERC, a segunda força política da região.
"A riqueza deste projeto é que neste momento é a sociedade civil quem está arrastando os políticos. É um projeto transversal e queremos acelerar este processo", declarou à AFP Carme Forcadell, presidente da ANC.
Em uma coletiva de imprensa aos meios de comunicação estrangeiros, Mas reconheceu ter realizado no dia 29 de agosto uma reunião, "que era supostamente secreta", com o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, mas disse não ver vontade política de Madri para responder às demandas da Catalunha.
O governo catalão está em aberto conflito com Madri desde que a capital rejeitou há um ano seu "pacto fiscal", que pedia uma maior autonomia orçamentária para a Catalunha.
Na maior parte da Espanha, o Estado central arrecada os impostos e depois transfere uma parte às regiões. O executivo catalão se queixa de fornecer mais do que recebe e diz sofrer um déficit fiscal de 16 bilhões de euros anuais.
No entanto, Mas afirmou nesta quarta-feira que, mesmo se Rajoy aceitasse agora negociar avanços na questão fiscal, a consulta popular é inevitável, embora para ele seja preciso converter em "plebiscitárias" as próximas eleições regionais, previstas para 2016.
"Neste momento o pacto fiscal já não resolve o problema", afirmou. Agora "qualquer solução para a Catalunha passa pelas urnas", acrescentou.
Carregando bandeiras independentistas e cantando o hino catalão, centenas de pessoas se reuniram na noite de terça-feira no centro de Barcelona para uma passeata.
Em um esforço para dar relevância internacional à iniciativa, a ANC organizou nos últimos dias réplicas de sua corrente humana em locais como Londres ou a Grande Muralha da China. E para chamar a atenção do mundo, a corrente desta quarta-feira deve passar por locais emblemáticos, como o estádio Camp Nou do Barcelona ou o templo da Sagrada Família de Gaudí.
"Esta é a mensagem que queremos passar ao mundo: visualizar que queremos ser um Estado, mas democraticamente e com um referendo", disse Forcadell.
A Catalunha viveu nos últimos anos um auge do independentismo, impulsionado pela crise econômica, pela recessão e por um desemprego que afeta 23,85% da população economicamente ativa da região.
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