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Embraer é uma das candidatas a oferecer avião de combate aos EUA

Justin Bachman

12/08/2016 15h09Atualizada em 12/08/2016 17h32

(Bloomberg) -- Ninguém tem mais amigos em Washington do que o A-10 Thunderbolt, um antigo avião de combate que ficou famoso por seu canhão Gatling de 30 milímetros e por sua durabilidade --em batalhas no Oriente Médio e em conflitos entre o Congresso e a Força Aérea dos EUA.

O avião, apelidado de "warthog" ("javali") por seu aspecto deselegante, data do início dos anos 1970 e foi construído para dizimar tanques soviéticos que nunca surgiram por trás da Cortina de Ferro. Essa besta com asas sobreviveu a numerosos combates contra a aposentadoria porque seus aliados políticos repeliram os vários esforços do Pentágono para derrubá-lo.

Segundo o orçamento atual do Departamento de Defesa, o A-10 voará até 2022. Embora os parlamentares americanos possam liberar recursos para manter o jato depois de 2022, a Força Aérea dos EUA começou a avaliar alternativas para a missão de oferecer apoio aéreo aproximado a tropas terrestres.

O futuro do A-10 faz parte de um debate militar muito mais amplo relacionado ao apoio aéreo aproximado e a que tipo de conflito os EUA enfrentarão, disse Richard Aboulafia, analista da Teal Group. Os EUA devem se concentrar em ameaças reais, como uma agressão da Rússia ou da China, ou em combates de intensidade menor, que Aboulafia chama de "incêndios florestais", em lugares como Afeganistão e Síria?

O A-10 dos anos 1970 já não é viável contra um adversário importante como a Rússia, disse ele. Oponentes menores, como o Estado Islâmico e outros grupos terroristas, dão uma missão ao A-10, já que o inimigo não possui uma defesa aérea digna de crédito.

"Não há muita vontade política para novos Iraque, Síria e Afeganistão", disse Aboulafia em entrevista por telefone. "Mas se esse for o futuro, então em todos os aspectos faz sentido continuar financiando algo como o A-10". Se não for empregada a frota atual de mais de 280 A-10, então quem deve cumprir a missão? A seguir, algumas das opções que vêm sendo ventiladas nos círculos militares. (Sua famosa arma de 30 milímetros pode não sobreviver à transição).

Beechcraft AT-6 Wolverine

O AT-6 é uma aeronave leve de ataque capaz de transportar uma variedade de bombas e foguetes guiados por laser. Trata-se de uma variação armada do T-6 da Beechcraft, que é usado por vários países no treinamento de pilotos. Além disso, o avião é um turboélice, o que pode levantar alguns questionamentos no Pentágono e no Capitólio. "Com um avião baixo e lento, diante de um adversário com algo mais que uma AK-47, você terá um problema sério", disse Aboulafia.

Embraer A-29 Super Tucano

O Super Tucano é uma aeronave militar leve de apoio aéreo que o Congresso já adquiriu -- para a Força Aérea do Afeganistão. A Embraer fabrica alguns de seus aviões na Flórida, com apoio da Sierra Nevada, e o modelo foi vendido a vários países, como Angola, Brasil, Colômbia, República Dominicana e Mali. Muitos desses países usaram o modelo em batalhas contra insurgentes. O Afeganistão planeja empregar seus 20 A-29 contra o Taliban. Uma razão pela qual o A-29 pode não se transformar no substituto do A-10 é o fato de não ter exercido papel de combate para nenhuma força aérea robusta, como as de Israel, Coreia do Sul, França e EUA.

Textron Scorpion

A Textron divulga há mais de dois anos o seu Scorpion, um "jato tático multimissões" de baixo orçamento, para governos e exércitos de todo o mundo. O argumento de venda: um preço de apenas US$ 20 milhões por avião, aproximadamente. E embora o modelo não tenha sido desenhado para apoio aéreo aproximado de tropas terrestres, o Scorpion pode ser adaptado e "não é algo fora da realidade", disse o general da Força Aérea Herbert "Hawk" Carlisle no início deste ano. "Fizemos alguma pesquisa", disse ele sobre o Scorpion. "Estamos apenas mantendo nossas opções abertas".