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Treine como um atleta olímpico na França por apenas US$ 12.500

Chris Stokel-Walker

17/02/2017 14h39

(Bloomberg) -- Quando a esteira simplesmente não funciona mais, sempre há outra opção -- por exemplo, voar para a França e ser treinado por atletas olímpicos.

Um novo acampamento de cinco dias voltado a triatletas, ciclistas e corredores amadores -- e ricos -- oferece a chance de aperfeiçoar a forma física e aumentar a resistência, tudo isso sob o olhar atento de atletas acostumados a ganhar medalhas. Preço inicial: 10.000 libras (US$ 12.500).

Os atletas olímpicos transformados em treinadores são um dos últimos fatores essenciais do mercado fitness de elite, cada vez mais rentável, agora que os personal trainers se popularizaram nas rotinas de treinamentos, disse Meredith Poppler, da International Health, Racquet and Sportsclub Association, uma associação do setor fitness. Serviços similares são oferecidos em resorts de lugares como Santa Lúcia e Espanha.

Os atletas envolvidos com essa nova empresa, a Performance Team, podem não ser famosos internacionalmente, mas ainda assim são olímpicos. O corredor de meia distância Andy Baddeley, cofundador da companhia, competiu nas Olimpíadas de Londres e de Pequim pela Grã-Bretanha e em 2008 ostentou por um breve período o título de número um do mundo na corrida de milha.

A Performance Team ainda não vendeu nenhuma vaga para as três sessões disponíveis de maio, mas seus donos dizem que existe interesse de pessoas que buscam quebrar recordes pessoais mantendo suas articulações saudáveis.

O mercado-alvo são os executivos, como os que trabalham no distrito financeiro de Londres, conhecido como City. "Na City, a ideia de cuidar de seus melhores executivos está ganhando força", disse o fisioterapeuta olímpico Mark Buckingham, cofundador da Performance Team. "Há uma pressão crescente sobre eles para que estejam em forma, para que tenham a última bicicleta ergométrica de 20.000 libras, para que façam a última maratona, e este negócio é apenas o passo seguinte."

Os participantes são submetidos a uma série de testes preparatórios, como exames sanguíneos e eletrocardiogramas, pelo dr. John Rogers, cientista esportivo que trabalha com a equipe olímpica britânica. Qualquer pessoa que precise de mais exames por causa de estalos nos joelhos ou de dores nas costas pode reservar uma ressonância magnética extra a partir de 500 libras.

O programa, realizado em um espaço de 28.000 metros quadrados em Salies-de-Béarn, próximo aos Pirineus franceses, vai de quinta a terça-feira. O dia começa às 7h30 com um café da manhã (entre as opções há panquecas de farinha de castanha e banana ou xacxuca com torradas de centeio) seguido de algumas horas de treinamento. O treinamento pode incluir uma corrida longa em pistas que combinam velocidade no plano com colinas e trilhas; ou uma volta de bicicleta (duas etapas do Tour de France já partiram das proximidades).

Depois vem a sessão com o fisioterapeuta, que analisa cada articulação e cada nervo, e até mesmo a forma como os órgãos internos se movem, para planejar uma série de exercícios. Esta etapa seria acompanhada pelo médico do campus, especialista em tecidos moles, e por uma sessão particular com o atleta-treinador, que dá conselhos sobre as melhores técnicas, filosofias e estratégias de treinamento, inclusive para manter a motivação.

"Podemos gerar muito mais impacto na população atlética amadora porque esse grupo tem muito mais margem para mudar", disse Rogers. "Dentro do espectro, a elite tem margens muito pequenas, portanto os amadores podem ver um grande desenvolvimento com uma pequena amostra de ciência esportiva."