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SIP condena agressões contra 17 jornalistas no Brasil

19/06/2014 19h52

Miami, 19 jun (EFE).- A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou nesta quinta-feira a agressão contra, pelo menos, 17 jornalistas durante a Copa do Mundo, e pediu que as autoridades esclareçam estes "atos de violência" e se mantenham atentas.

A SIP, com sede em Miami, ressaltou que, entre os dias 12 e 18 de junho, jornalistas foram agredidos enquanto cobriam as manifestações contra a realização do campeonato no país.

"Preocupa-nos que enquanto estejam no cumprimento de seu ofício, dezenas de jornalistas fiquem feridos e limitados em seu trabalho, na maioria dos casos por forças de segurança", assinalou o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, Claudio Paolillo.

Segundo dados da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), em 15 casos de agressão contra jornalistas a Polícia Militar esteve envolvida por uso excessivo de força. A ABRAJI assinalou que desde o início dos protestos, em maio de 2013, foram reportados 190 atos de violência contra jornalistas.

De acordo à SIP, as agressões foram contra profissionais brasileiros e estrangeiros, de veículos de comunicação do Brasil e de agências internacionais, nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Fortaleza.

Paolillo, que também é diretor da revista uruguaia "Búsqueda", lamentou que atos de agressão continuem acontecendo, "apesar das distintas medidas adotadas por organizações de imprensa para garantir a segurança dos jornalistas e declarações oficiais que ratificam o princípio de não violência contra a imprensa".

Pouco antes do início da Copa do Mundo, várias organizações de imprensa do Brasil emitiram um manual para jornalistas com recomendações relacionadas à segurança e proteção durante a cobertura de protestos.

Em fevereiro, a SIP pediu que a imprensa brasileira adotasse "mais medidas para a proteção dos jornalistas", após a morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão enquanto cobria protestos no Rio de Janeiro pelo aumento das passagens de ônibus.

Naquela época, a SIP lembrou que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República criou em 2012 o Grupo de Trabalho Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil para prevenir assassinatos de jornalistas e acabar com a impunidade.