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Evo Morales quer transformar Bolívia em "centro energético" da América do Sul

29/10/2014 19h15

Roma, 29 out (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta quarta-feira que quer transformar seu país no "centro energético" da América do Sul após "recuperar" a exploração dos recursos naturais de seu território com as nacionalizações no setor.

Durante uma conferência que deu em Roma chamada "Solidariedade, complementaridade e autodeterminação dos povos", Evo assegurou que nacionalizar empresas fez com que 92% do lucro seja revertido para os bolivianos.

"Em vão nos diziam que se nacionalizássemos não haveria investimento", lembrou Morales, ao garantir que em 2014 o lucro com essas empresas foi de mais de US$ 3 bilhões.

"Foi tão importante nacionalizar porque nos libertou das chantagens do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI)", continuou Morales.

O Estado controla agora os serviços básicos - água, telefonia e energia, "direitos humanos que não podem ser negócios".

Ele confessou que não esperava que a situação econômica do país mudasse "tão rapidamente" após as nacionalizações, decretadas em 1º de maio de 2006, e afirmou que o ministro da Economia boliviano "é convidado por universidades dos Estados Unidos para explicar o modelo contra a chantagem do FMI".

Após realizar estas nacionalizações, Morales defendeu que a Bolívia invista parte desse lucro em energia solar, o que disse já ocorrer, e ano que vem apostará na energia geotérmica, com o objetivo de "exportar mil megawatts em 2020".

"Exportar energia para outros países do entorno garantirá o crescimento econômico do país", disse.

Segundo ele, a receita das nacionalizações deu "uma oportunidade para quem nunca teve" e citou o exemplo de "mães de famílias pobres que criaram pequenos negócios".

O lucro é investido também, disse o presidente boliviano em educação, e que com isso conseguiram "reduzir a evasão escolar, que era de 6% para os atuais 1%". Ele sentenciou que "não haverá mais analfabetos na Bolívia".