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Israel desaloja através da força colonos de ruínas do assentamento de Sanur

30/07/2015 10h56

Jerusalém, 30 jul (EFE).- As autoridades israelenses desalojaram nesta quinta-feira, através da força, cem colonos das ruínas do assentamento judaico de Sanur, no norte do território palestino ocupado da Cisjordânia.

Segundo informou a emissora de rádio pública "Kol Israel", horas antes, cerca de 20 famílias de colonos deixaram o lugar voluntariamente.

Os expulsos pela força eram em sua maioria jovens, alguns dos quais denunciaram aos meios de comunicação que os agentes usaram violência contra eles e que vários ficaram levemente feridos.

Também durante a madrugada de hoje terminou a demolição de dois edifícios de casas no assentamento de Bet O, que provocou fortes protestos nos últimos dias e forçou o governo de Benjamin Netanyahu a aprovar a construção de outras 300 casas na mesma colônia para satisfazer os setores mais nacionalistas e de direitas.

A demolição aconteceu depois que a Corte Suprema a ordenou de forma imediata, após anos de reivindicações judiciais por parte do palestino proprietário das terras, de quem Israel as confiscou há três décadas por supostas necessidades militares.

Para Israel, esses dois edifícios não são ilegais, embora para a comunidade internacional todas as colônias judaicas em território palestino estejam fora da lei.

Membro do Comitê Executivo da Organização para a libertação da Palestina (OLP), Hanan Ashrawi condenou ontem com dureza o anúncio de novas construções nos assentamentos (as 300 de Bet O e planos para cerca de outras 500 em outras colônias) e garantiu que "Israel perdeu completamente o controle".

"Israel está desafiando deliberadamente o consenso internacional para criar a 'Grande Israel' na Palestina histórica e (...) está fazendo impossível que a comunidade internacional persiga as violações sistematicamente", disse Ashrawi em comunicado.

O governo dos Estados Unidos se mostrou ontem "profundamente preocupado" pelo anúncio e pôs em dúvida o compromisso israelense para uma solução negociada ao conflito.

Em comunicado, o porta-voz adjunto do departamento de Estado, Mark Toner, disse que a expansão dos assentamentos israelenses "ameaça" a solução dos dois Estados e "põe em questão o compromisso" de Israel com uma solução negociada ao conflito.

"EUA seguem vendo os assentamentos como ilegítimos e nos opomos com força aos passos que vão na direção de avançar na construção na Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Pedimos ao governo de Israel que se abstenha de ações que não ajudam e possivelmente minam a possibilidade de uma solução de dois Estados", indicou.

Por sua vez, a União Europeia (UE) pediu a Israel que dê marcha à ré em sua decisão e a seu governo que demonstre o compromisso com a solução de dois Estados "não só com palavras, mas também através de suas ações".

"Pedimos ao governo de Israel que reverta urgentemente suas recentes decisões e coloque fim à expansão de assentamentos", destacou o Serviço Europeu de Ação Exterior (SEAE) em uma nota na qual reiterou sua posição de que as colônias "são ilegais segundo o direito internacional".