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BC da China volta a diminuir taxa de câmbio de referência do yuan

Em Pequim

12/08/2015 01h48

O Banco Popular da China voltou a diminuir nesta quarta-feira (12), dessa vez em 1,62%, a taxa de câmbio de referência do yuan com relação ao dólar, após anunciar ontem uma reforma no sistema cambial que já implicou uma desvalorização de quase 2%.

O banco central chinês, que a cada dia estabelece uma taxa de câmbio de referência e permite que oscile até um máximo de 2% em relação a esse preço médio, justificou em comunicado sua decisão pela baixa cotação da moeda na véspera.

O novo mecanismo de fixação do tipo de câmbio do yuan obriga que a paridade central (o nome que as autoridades chinesas dão ao valor de referência diário fixado pelo Banco Popular) siga a evolução de seu preço real no mercado.

"A taxa de câmbio no fechamento de 11 de agosto foi de 6,3231 yuanes por dólar, desvalorizando-se 1,5% sobre a paridade central" do dia, assinalou o banco central chinês em seu comunicado.

Dessa forma, o Banco Popular situou hoje a taxa de câmbio de referência do yuan com o dólar em 6,3306, frente aos 6,2298 de terça-feira, o que representa um rebaixamento de 1,62%.

O banco central chinês definiu esta variação como "normal" e assegurou que "reflete não só a melhora da orientação rumo ao mercado, mas o papel-chave que desempenham a demanda e a oferta do mercado na formação da taxa de câmbio".

O emissor chinês também antecipou mais oscilações da taxa de câmbio que fixa a cada dia no curto prazo.

"Depois do anúncio da melhora da cotação de ontem (terça-feira), levará certo tempo para que os atores do mercado se ajustem à cotação e às práticas de troca, assim como para explorar e encontrar o preço de equilíbrio no mercado de divisas", comentou o banco central chinês.

O regulador afirmou esperar que, "após um curto período de adaptação", as oscilações do yuan convergirão "em uma área razoavelmente estável".

A reforma do sistema cambial chinês do terça-feira foi apresentada pelas autoridades chinesas como um movimento para dar um maior protagonismo às forças do mercado na hora de fixar a taxa de câmbio do yuan, que segue estando controlada por Pequim através da paridade.

Esta medida foi anunciada uma semana depois que o Fundo Monetário Internacional (FMI) propôs adiar a inclusão do iuane na cesta de divisas que formam sua moeda interna, chamada Direitos Especiais de Saque (SDR, sigla em inglês), para o que se requer ter sido qualificada pela instituição como de "uso livre".

No entanto, durante o fim de semana também foram divulgados os dados do comércio exterior da China em julho, que mostraram uma queda de 8,3% das vendas ao exterior do gigante asiático, razão pela qual alguns analistas veem na desvalorização do yuan um movimento para ajudar às empresas do país a exportar.

Os exportadores chineses se veem beneficiados pela desvalorização do yuan, já que barateia seus produtos e faz com que sejam mais vendidos no exterior.