Grécia vive hoje segunda greve geral em um mês contra cortes
Atenas, 3 dez (EFE).- Os principais sindicatos da Grécia convocaram nesta quinta-feira (3) uma nova greve geral, a segunda em menos de um mês, em protesto contra os cortes previstos no terceiro resgate, especialmente a reforma da previdência estipulada entre o governo de Alexis Tsipras e os credores.
As duas confederações sindicais mais importantes, ADEDY, do setor público, e GSEE, do privado, chamaram os trabalhadores a apoiar acontra as políticas de austeridade, entre elas a reforma do sistema de previdência, que prevê cortes nas prestações e altas das contribuições.
Alguns setores que confirmaram sua participação na greve são os médicos, os trabalhadores dos hospitais e centros de saúde - que trabalharão com serviços mínimos, os advogados e os professores.
O transporte em todas suas modalidades também será afetado.
As embarcações permanecerão atracadas em todos os portos do país e os trens de cercanias e ferrovias não circularão ao longo do dia.
Já a paralisação no metrô, nos bondes e nos ônibus urbanos será só parcial. As linhas funcionarão normalmente entre 9h (5h em Brasília) e 21h (17h em Brasília).
O transporte aéreo realizará uma paralisação de quatro horas, o que implicará em atrasos em alguns voos nacionais.
Os sindicatos convocaram de manhã uma passeata que partirá da praça de Klafthmonos até a de Syntagma, sede do parlamento.
Haverá também outra manifestação, organizada pelo PAME, o sindicato do Partido Comunista, e uma concentração dos profissionais da saúde em frente ao Ministério da Saúde.
Os meios de comunicação se somaram também à greve, mas pararam na quarta-feira para poder informar das manifestações de hoje.
Durante 24 horas não houve noticiários nas televisões e rádios, os jornais digitais não atualizaram suas informações e a imprensa escrita não preparou a edição que deveria ter sido publicada hoje.
Esta é a segunda greve geral das últimas três semanas.
Em 12 de novembro Grécia a viveu a primeira greve geral contra o Executivo de Alexis Tsipras, que teve forte adesão do setor público e moderado no privado.
Os diferentes sindicatos enfatizam neste protesto a reforma do sistema de previdência.
Atenas se comprometeu com os credores a economizar entre 2015 e 2016 1% do Produto Interno Bruto (PIB) na previdência.
Isto representa cortes basicamente na previdência suplementar, que é parte fundamental da renda mensal de muitos aposentados, e além disso, a elevação das contribuições.
O sistema grego de aposentadoria tem dois componentes, uma pensão principal e um suplementar, ambos públicos.
O Executivo tentou, sem sucesso, conseguir um consenso com os partidos da oposição sobre esta reforma, que deve ser votada nas próximas semanas.
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