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Em Davos, Meirelles afirma que Brasil se beneficiou com a globalização

18/01/2017 12h41

Davos (Suíça), 18 jan (EFE).- O Brasil lucrou com a globalização e deve modernizar sua economia para aproveitar de forma mais ampla os benefícios do fenômeno, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no Fórum Econômico Mundial de Davos.

"Até agora, o Brasil baseou seu crescimento na economia doméstica. O que temos que fazer agora é nos reorientarmos para que também cresçamos graças à globalização. Estamos caminhando nessa direção", disse Meirelles em entrevista coletiva.

Perguntado sobre a postura do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que fez campanha criticando a globalização, Meirelles destacou que os países desenvolvidos também se beneficiaram com o fenômeno global.

"Se pegamos os EUA como exemplo, está claro que eles se beneficiaram com a globalização. Talvez perderam empregos em alguns setores, mas cresceram graças à tecnologia de ponta, por terem se concentrado nos serviços. O exemplo claro de que (a globalização) funciona é o baixo desemprego no país", explicou.

Para Meirelles, se parte da população do país não consegue entrar no mercado de trabalho, cabe ao governo promover políticas concretas para compensá-los ou treiná-los para atuar em outras áreas, mas não negar o valor da globalização.

O ministro da Fazenda estava acompanhado do presidente do Banco Central, Illan Goldfajn. Os dois estão em Davos para participar de debates e tentar atrair novos investimentos para o Brasil.

Meirelles disse que várias empresas que já tem investimentos no país "mostraram interesse" em ampliá-los.

"A economia está se recuperando, está começando a crescer. A tendência é que os investidores terão mais oportunidades", disse.

Os dois se mostraram convencidos de que a situação macroeconômica do Brasil melhorará consideravelmente durante 2017, e que a economia se beneficiará das reformas trabalhista e previdenciária que devem ser aprovadas no Congresso nos próximos meses.

Meirelles e Goldfajn destacaram que os níveis de crescimento do Brasil têm que ser constantes para poder beneficiar a população, que sofre atualmente com o desemprego. Por isso, ambos deixaram claro que a prioridade é a criação de novos postos de trabalho.

Além disso, outro aspecto positivo destacado pelo presidente do Banco Central é o controle da inflação, que reduziu nos últimos meses e fechou em 6,29%, abaixo da meta de 6,5%.