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Setor do vinho pede proteção a indicação geográfica no acordo UE-Mercosul

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Imagem: iStock

25/06/2019 09h21

O Comitê Europeu de Empresas do Vinho (CEEV) exigiu nesta terça-feira respeito às indicações geográficas da União Europeia no acordo comercial negociado com o Mercosul, além de pedir um melhor acesso ao mercado de bebidas fabricadas no bloco comunitário.

O CEEV informou em comunicado que o pacto só deve ser assinado "se incluir medidas para uma proteção efetiva das indicações geográficas do vinho".

"Não trata-se apenas do acordo com o Mercosul, mas as implicações para as nossas indicações geográficas do vinho vão além", disse o presidente do CEEV, Jean-Marie Barillère, que acrescentou que "um fracasso da UE" nesse assunto "seria particularmente prejudicial, tendo em vista outras negociações" que o bloco já tem em andamento ou possam abrir no futuro com outros parceiros comerciais.

Além disso, os empresários do setor destacaram que o acordo deve "melhorar significativamente" o acesso aos mercados de vinhos europeus mediante a eliminação das tarifas aplicadas a essas bebidas alcoólicas e permitir desse modo "que os produtos da UE compitam em igualdade de condições".

"O vinho não pode perder a oportunidade. Hoje estamos competindo com países que não fazem frente às mesmas restrições que nós", afirmou o secretário-geral do CEEV, Ignacio Sánchez Recarte.

Recarte acrescentou que os vinhos comunitários "poderiam ir muito melhor nos mercados do Mercosul" (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

"Por isso, o acordo deve garantir a eliminação das tarifas para os vinhos da UE em um prazo de tempo razoável", indicou Sánchez Recarte.

De qualquer forma, o setor vinícola reconheceu que "sempre foi a favor de um pacto ambicioso".

As negociações para um amplo acordo de associação - baseado na cooperação, no diálogo político e no livre-comércio - entre a UE e o Mercosul se iniciaram em Buenos Aires em abril do ano 2000 e desde então foram realizadas mais de 30 rodadas de negociação, em um processo complexo, marcado por bloqueios de muitos anos.

Neste mesmo mês, o presidente Jair Bolsonaro garantiu que um pacto entre o bloco europeu e o Mercosul era iminente, mas Bruxelas pediu cautela.

Na semana passada, a UE e o Mercosul iniciaram uma nova rodada de negociação técnica para alcançar os avanços necessários para convocar uma reunião em nível ministerial para um impulso político fundamental às conversas.