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Fundo imobiliário da Rio Bravo perde inquilino e cai 10% em 2013

11/04/2013 12h12

SÃO PAULO – As cotas do fundo Rio Bravo Renda Corporativa (FFCI11) já amargam perdas de 10,5% neste ano e terminaram a última quarta-feira (10) cotadas a R$ 1,79. Mesmo diante de um arrefecimento nas cotações dos principais fundos, que no ano passado registraram valorização importante, a queda do FFCI se sobressai. Para efeito de comparação, o Ifix, índice de fundos imobiliários da bolsa paulista, está estável neste ano (o índice leva em consideração, além da valorização das cotas, os rendimentos distribuídos).

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De acordo com um especialista que preferiu não se identificar, um dos motivos desta queda é o fato de o fundo ter perdido um dos locatários recentemente: a rede de farmácias Drogasil pagou a multa contratual e desocupou o imóvel New Century, localizado em um bairro nobre de São Paulo. “Não é nenhuma catástofre, a carteira é diversificada e a multa pode ser usada para manter o fluxo de rendimentos. Mas assustou o mercado, num momento em que a vacância de lajes está alta ”, disse o especialista ao InfoMoney.

O fluxo de rendimentos do fundo de fato é estável. Nos últimos 6 meses, o FFCI distribuiu rigorosamente R$ 0,01184789 por mês, o que equivale, pela cotação atual do fundo, a 0,66% ao mês, ou R$ 7,9% ao ano.

Outro problema apontado pelo especialista é o fato de a Rio Bravo, gestora do fundo, não ter informado a saída do locatário imediatamente ao mercado. “Esta postura incomoda muito. Pode até não ser o caso de um fato relevante, mas eles poderiam mandar um aviso ao mercado”, criticou.

Em nota, a Rio Bravo disse que comunicou a saída do inquilino através do relatório mensal que está disponível nos sites da Bovespa e da própria gestora e acrescentou que está “bem positiva” sobre fechar contrato com um novo inquilino em breve. No entanto, o relatório apenas informava que o imóvel estava desocupado, sem nenhum destaque para a saída da Drogasil.

O especialista também questiona o fato de a gestora não informar, nos relatórios mensais, os nomes dos locatários de cada edifício. “Essa informação é essencial para tomada de decisão, na minha opinião”, disse. Sobre este ponto, a Rio Bravo não se manifestou.

Carteira do fundo
De acordo com o relatório mais recente da gestora (de fevereiro desde ano), o fundo tem em sua carteira 6 imóveis. É dono de 6 andares (38,95%) do JK Financial Center, localizado na avenida a Juscelino Kubitschek, no bairro do Itaim-Bibi, em São Paulo, além de 8 vagas de garagem. O imóvel está 100% locado, mas o nome das empresas não é divulgado – apenas a sua área de atuação (banco, tecnologia, e consultoria).

O Rio Bravo Renda Corporativa também é dono do 8º andar (11,87%) do edifício Jatobá Green Building, localizado no bairro do Brooklin, em São Paulo. O andar está locado para uma empresa do setor alimentício, com vencimento do contrato previsto para agosto de 2015.

O 10º andar do edifício Parque Paulista, localizado na Alameda Santos, em São Paulo, também pertence ao fundo. A laje é ocupada por uma empresa de seguros, com contrato que vale até agosto de 2017. Já do edifício New Century, também em São Paulo, o FFCI detém 5,72% (3º andar), que após a saída da Drogasil permanece desocupado.

Por fim, o fundo tem participação de 3,94% do edifício Cetenco Plaza Torre Norte, em SP e é dono do 2º andar do Edifício Internacional Rio, na cidade do Rio de Janeiro.