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Governo publica decisão de elevar mistura de etanol na gasolina

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Imagem: Shutterstock

Do UOL, em São Paulo

01/03/2013 07h53

O governo publicou no Diário Oficial da União desta sexta-feira a decisão de elevar o percentual do etanol na gasolina de 20% para 25% a partir de 1º de maio, conforme decisão anunciada no fim de janeiro pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

As usinas de cana projetam uma safra recorde, enquanto analistas acreditam que a colheita e a moagem podem começar mais cedo este ano, o que deve garantir o abastecimento, mesmo com a maior demanda por etanol para mistura na gasolina.

A medida deve dar impulso ao mercado de etanol, e ainda melhorar a situação financeira da Petrobras, sem a necessidade de subir tanto o preço da gasolina.

Atualmente, a estatal vem amargando prejuízos na área de abastecimento, porque importa gasolina para revendê-la, a preços mais baixos, no mercado brasileiro --o governo, controlador da Petrobras, não permite o repasse da instabilidade dos preços do petróleo para os combustíveis.

A empresa tem importado volumes crescentes de combustíveis para atender ao mercado interno. Com o aumento da mistura do etanol, passaria a importar menos gasolina.

A utilização de gasolina teve uma alta de 11,9% em 2012, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Em desvantagem na relação de preços com a gasolina, o etanol hidratado --aquele que é vendido separadamente nas bombas de combustível, e não misturado à gasolina-- teve redução de 9,6% no consumo.

O Brasil reduziu a quantia de etanol na gasolina de 25% para 20% em outubro de 2011, devido a uma escassez do biocombustível e a um aumento no preço. Para este ano, no entanto, a indústria de cana afirma ser capaz de atender a uma demanda maior.

Preço da gasolina não deve subir até o meio do ano, diz ministro

Há duas semanas, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o governo não avalia um novo aumento no preço da gasolina até o meio do ano.

Em janeiro, a Petrobras anunciou alta do preço da gasolina de 6,6% na refinaria e do diesel em 5,4%, em um movimento amplamente esperado pelo mercado diante da defasagem dos valores dos combustíveis no país em relação às cotações internacionais.

O reajuste provavelmente não elimina a defasagem, mas dá fôlego para a Petrobras desenvolver seu bilionário plano de investimentos. O mercado, porém, esperava um reajuste entre 7% e 10%.

A defasagem dos valores dos combustíveis foi um dos fatores que prejudicou os resultados da Petrobras em 2012 --entre abril e junho passado, a empresa teve o primeiro prejuízo trimestral em mais de 13 anos.

Ao longo de boa parte de 2012, a defasagem da gasolina da Petrobras vendida nas refinarias na comparação com o mercado norte-americano, uma referência internacional, esteve acima de 20%. O governo --controlador da empresa-- temia o impacto de um aumento do combustível na inflação.

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(Com agências)