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Contra brinquedo chinês, indústria nacional importa peças do Mercosul

Do UOL, em São Paulo

23/04/2013 06h00

A indústria nacional de brinquedos está importando peças dos países do Mercosul na tentativa de baratear os produtos nacionais. A medida tem ajudado o setor a combater a concorrência com os produtos chineses. Em 2012, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), as importações da China tiveram queda de 3,8%.

A medida faz parte do programa de complementação industrial acordado pelo país com Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, que começou a ser colocado em prática em 2010.

"Comprar as peças é mais barato do que fabricar no Brasil", diz o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa.

Entre as peças e componentes que têm sido importados estão cabeças de boneca fabricadas no Paraguai e cabelos de boneca da Argentina.

Com a intensificação da importação dos países do Mercosul, os brinquedos brasileiros devem ficar cerca de 2,5% mais em conta para o consumidor final, segundo a Abrinq.

Segundo Costa, a importação dos componentes aumenta a produtividade da indústria nacional, porque "libera" as empresas para se dedicar a etapas mais sofisticadas da produção, como a montagem dos produtos.

Dados da Abrinq mostram que a indústria nacional de brinquedos empregava 27.100 pessoas em dezembro de 2012. Em dezembro de 2010, eram 24.687.

Importações da China caíram 3,8%

Os produtos chineses representam quase 60% dos brinquedos vendidos no Brasil. No ano passado, segundo Costa, as importações daquele país tiveram queda de 3,8%. "Isso deu um fôlego importante para a indústria nacional", diz.

Para 2013, a expectativa é que a redução chegue a 5%.

O presidente da Abrinq diz que a desoneração da folha de pagamento também beneficiou o setor. A economia de 35% no gasto com o INSS resultou em uma queda de 0,7% no preço final dos brinquedos.

Feira apresenta mais de 1.700 lançamentos

Nesta terça-feira, começa em São Paulo a Abrin 2013 - Feira Brasileira de Brinquedos. Mais de 1.700 lançamentos serão levados à feira por 180 expositores.

A indústria nacional de brinquedos espera faturar, em 2013, R$ 4,3 bilhões. O montante representaria um crescimento de 12% em relação ao faturamento de 2012.

Atualmente, segundo Costa, a maior parte dos brinquedos vendidos no país custa entre R$ 30 e R$ 100.