Governo amplia limite para participação estrangeira no BB de 20% para 30%
O governo voltou a aumentar a fatia de capital do Banco do Brasil que pode estar em poder de investidores estrangeiros. A partir desta sexta-feira (25), o limite passa de 20% para até 30%, informou o banco em comunicado.
O banco informou que pediu este aumento do limite por prever uma procura maior pelas ações da empresa após mudanças nas regras do Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira.
"Se o banco ganhar mais presença no índice, os fundos que acompanham o Ibovespa precisarão comprar mais ações da instituição", explicou o vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores, Ivan Monteiro.
Segundo o executivo, a participação estrangeira no capital esteve nos últimos meses muito próxima do limite, que era de 20%. "Em maio, essa participação chegou a 19,97%", disse. O último dado disponível é de 30 de junho, quando a participação estrangeira estava em 19,4%.
Monteiro descartou a possibilidade de emissão de novas ações. Ele ainda acrescentou que o banco não pretende pedir novos aumentos de limite da participação estrangeira.
Composição das ações
Atualmente, pouco mais de 57% das ações do Banco do Brasil pertencem ao governo; outros 10% são do Previ, o fundo de previdência do banco. Cerca de 30% dos papéis são o que se chama "free float" no jargão do mercado, ou seja, são negociados entre investidores.
Ivan Monteiro afirmou que o Banco do Brasil detectou um aumento do interesse de investidores estrangeiros nas ações da empresa. "Essa tendência não é de hoje, já vem de muito tempo", disse.
Segundo ele, foram então realizados estudos que foram levados pela diretoria do banco até o governo, que é o controlador, solicitando o aumento do limite para participação de estrangeiros.
Ele disse acreditar que não há possibilidade de que os estrangeiros venham a comprar toda a fatia de 30% permitida pelo novo limite --que equivale a todas as ações do banco em circulação atualmente. "Essa é uma possibilidade muito remota", afirmou.
Decreto
Um decreto presidencial foi publicado nesta sexta-feira (26) no Diário Oficial da União. Segundo o decreto, é do interesse do governo brasileiro a participação estrangeira no capital ordinário do Banco do Brasil.
O governo também informa que o Banco Central adotará as providências para execução do decreto.
Esse percentual tinha sido ampliado de 12,5% para 20% em setembro de 2009. Na época, um decreto presidencial também abriu caminho para o BB fazer sua listagem na Bolsa de Valores de Nova York, pois autorizou, pela primeira vez, a emissão de American Depositary Receipts (ADRs, recibos lastreados em ações) pela instituição.
Itaú e Bradesco também têm limite de 30%
O limite de participação estrangeira em outros grandes bancos brasileiros com ações na Bolsa também é de 30%. Em março deste ano, o Itaú (ITUB4) ampliou o limite para participação estrangeira de 7,18% para 30%.
Em janeiro do ano passado, o Bradesco (BBDC4) pediu autorização do Banco Central para elevar o limite de participação estrangeira de 14% para 45%, mas o BC aprovou participação máxima de 30%.
A justificativa à época, tanto do Itaú quanto do Bradesco, foi de aumentar a negociação de suas ações na Bolsa e constituir ou incrementar seus programas de ADRs.
(Com agências)
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