Mantega fala em 'crescimento moderado' para 2014 e culpa política dos EUA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (27) que a economia brasileira deve continuar com "crescimento moderado" em 2014 e culpou a política do Banco Central norte-americano pelas "turbulências" em 2013.
As avaliações do ministro foram feitas em entrevista a jornalistas, após a divulgação dos dados do PIB (Produto Interno Bruto) de 2013. A economia brasileira cresceu 2,3% em 2013, informou mais cedo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Estão dadas as condições para que essa trajetória de crescimento moderado continue em 2014”, afirmou Mantega. Em 2012, o crescimento tinha sido de 1%; em 2011, de 2,7%; e em 2010, de 7,5%.
“Se não houvesse dificuldade da economia internacional, teríamos crescido mais em 2013. Uma vez superada a turbulência por redução de estímulos pelo Fed [Banco Central dos Estados Unidos], as perspectivas para 2014 são melhores”.
Investimento garante crescimento 'de qualidade'
Segundo Mantega, o crescimento de 2013 é considerado de qualidade porque foi marcado pelo investimento.
"Esse crescimento indica que a economia brasileira está numa trajetória de aceleração gradual."
Mantega disse, ainda, que a economia deve ser influenciada em 2014 por um cenário de estabilidade cambial, de ingressos de capitais no país e por investimentos em trajetória ascendente.
No entanto, disse não ser possível ainda fazer uma projeção. "Não ouso dar uma previsão [para o investimento]."
A indústria, que teve resultados pouco expressivos nos últimos dois anos, deve ser beneficiada por esse contexto, segundo o ministro.
“A indústria sofreu por falta de dinamismo do mercado mundial, não apenas do mercado brasileiro. O setor poderá crescer mais, aumentando as exportações, em razão do câmbio mais favorável”.
O ministro aposta ainda em mudanças nas projeções da economia brasileira em 2014.
"Acredito que analistas terão muito trabalho neste fim de semana para rever suas projeções, que certamente serão mais positivas".
Entenda como a política econômica dos EUA afeta o Brasil
Nos últimos meses, os investidores do mundo todo estão de olho na recuperação da economia dos Estados Unidos. Com os sinais de que o país está superando a crise, o banco central do país, o Federal Reserve (Fed), começou a reduzir seu programa de estímulos.
Inicialmente, o Fed injetava US$ 85 bilhões por mês nos mercados. Esse valor foi reduzido duas vezes: em dezembro, para US$ 75 bilhões e, novamente em janeiro, para US$ 65 bilhões. Há também a expectativa de que o Fed vá aumentar os juros nos EUA.
A decisão do Fed reduz ainda mais a quantidade de dólares em circulação no mundo, e faz a moeda ficar mais cara. Além disso, sem essa enxurrada de dólares e com juros mais altos nos EUA, os investidores tendem a preferir opções consideradas mais seguras, e tirar recursos de países emergentes.
(Com agências)
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