IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Em dez anos, oferta de crédito cresceu seis vezes; calotes e juros caíram

Do UOL, em São Paulo

07/08/2014 10h18

A oferta de crédito por instituições financeiras cresceu seis vezes nos últimos dez anos, mas o número de dívidas em atraso por mais de 90 dias caiu nesse mesmo período.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (7) pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). A pesquisa levou em consideração aos dados de junho de 2004 até junho de 2014. 

Nesse período, o volume de crédito ofertado no país saltou de R$ 442,4 bilhões para R$ 2,83 trilhões, o que representa uma alta de mais de 500%.

Apesar dessa alta na oferta de crédito, o número de calotes caiu: passou de 7,2% do total dos empréstimos em 2004 para 4,8% em 2014.

Os calotes, no entanto, podem aumentar em meio ao cenário econômico atual, com "inflação alta, elevação das taxas de juros e baixo crescimento econômico, fatores que afetam a renda do consumidor", segundo o diretor executivo de Pesquisas e Estudos Econômicos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira.

Taxa de juros e ganhos dos bancos também caíram

As taxas de juros das operações de crédito com recursos livres (nos quais a própria instituição define a taxa cobrada) caíram de 44% ao ano, em junho de 2004, para 32% ao ano, em junho de 2014.

Em dez anos, o ganho dos bancos com empréstimos (o spread bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e as taxas de juros cobradas dos clientes) caiu de 27% ao ano para 20,9%.

O prazo médio dos financiamentos subiu de 7,6 meses em 2004 para 36 meses em 2014.

Oferta de crédito ainda pode crescer

Em junho de 2004, o volume de crédito ofertado equivalia a 26,1% do PIB (Produto Interno Bruto), número que saltou para 55,3% do PIB em 2014.

A Anefac avalia, no entanto, que ainda há espaço para aumentar essa oferta, já que, em algumas economias mais maduras, o crédito chega a ultrapassar o montante total do PIB.

"Isso demonstra que temos ainda um ambiente favorável à expansão do crédito", afirma Oliveira.