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Quebra atinge clientes de outras Unimeds, segundo advogado; empresa nega

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Imagem: Shutterstock

Do UOL, em São Paulo

03/09/2015 15h45Atualizada em 04/09/2015 11h54

A quebra da Unimed Paulistana, anunciada nesta quarta-feira (2) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), não atinge apenas seus 744 mil usuários diretos. Clientes de outras Unimeds pelo país também podem sofrer consequências da crise, segundo o advogado especializado em planos de saúde Rodrigo Araújo, sócio do escritório Araújo, Conforti e Jonhsson.

Quem contratou plano de cobertura nacional eventualmente vai para São Paulo fazer tratamentos, segundo o advogado. Se a liberação de atendimentos na capital paulista já tem sido difícil para clientes da Unimed Paulistana, para aqueles de outras Unimeds o caminho é ainda mais difícil, afirma.

"São Paulo é uma cidade de turismo médico. Quando o paciente não encontra recursos na Unimed local, ele vai para São Paulo em busca de serviços especializados. Em São Paulo, tem de fazer uso do sistema de convênio dos hospitais com a Unimed Paulistana, pois as Unimeds de outras cidades não têm credenciamento direto com eles", diz Araújo.

Empresa diz que caso é isolado

A Unimed do Brasil nega. "Esta medida [quebra da Unimed Paulistana] não se estende para as demais 350 cooperativas que compõem o Sistema Unimed. Portanto, não atinge clientes de outras operadoras Unimed", diz, em nota. A nota afirma, ainda, que cada Unimed tem gestão autônoma e independente.

O sistema Unimed tem 351 cooperativas médicas no país e mais de 20 milhões de clientes, segundo informações da própria entidade.

"Os clientes das outras Unimeds, que possuem planos contratados com cobertura nacional, permanecem com sua assistência garantida em qualquer parte do País, inclusive em São Paulo, por meio do 'Intercâmbio', processo de atendimento a beneficiários de outras operadoras do Sistema Unimed", diz.

Em nota, a Unimed Paulistana informou que o Sistema Unimed "está trabalhando ativamente para dar completo apoio ao atendimento" dos clientes. 

Unimed Paulistana deve migrar clientes

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou que Unimed Paulistana repasse sua carteira de clientes para outras empresas em até 30 dias. A medida afeta diretamente cerca de 744 mil consumidores.

Até que esses contratos sejam vendidos para outra operadora, a empresa, na teoria, precisa garantir o atendimento. Em nota, a Unimed Paulistana diz que o atendimento "continua normalizado".

Na prática, porém, os consumidores já vêm enfrentando dificuldade para agendar consultas e exames, e isso deve continuar acontecendo nos próximos meses, alertam especialistas em direitos do consumidor. 

Se o consumidor se sentir prejudicado, ele deve registrar uma reclamação nos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, e na ANS (no telefone 0800 7019656).