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Empresas de cruzeiros congelam dólar a R$ 2,69 para atrair viajantes

Navio Rhapsody of the Seas, da Royal Caribbean, que fará viagens pela América do Sul - Divulgação/Royal Caribbean
Navio Rhapsody of the Seas, da Royal Caribbean, que fará viagens pela América do Sul Imagem: Divulgação/Royal Caribbean

Do UOL, em São Paulo

15/10/2015 06h00

Em tempos de dólar próximo dos R$ 4, empresas de cruzeiros marítimos estão oferecendo pacotes com a cotação da moeda congelada. 

A Royal Caribbean vende, para quem viajar em cruzeiros nacionais no navio Rhapsody of the Seas, pacotes com dólar congelado em R$ 2,69.

Como comparação, na quarta-feira (14) o dólar comercial fechou o dia cotado a R$ 3,813 na venda.

A promoção vale para cruzeiros de três a oito noites, que sejam comprados em outubro, para viagens entre 5 de dezembro deste ano e 7 de fevereiro do ano que vem.

Entre as opções, estão pacotes de viagens que incluem visitas a cidades como Búzios (litoral do Rio de Janeiro) e Ilhabela (São Paulo).

A empresa também oferece outros benefícios: o terceiro e o quarto hóspedes podem viajar gratuitamente, o pacote pode ser parcelado em até 12 vezes sem juros e os clientes vão ganhar créditos para gastar a bordo. O valor desses créditos varia de US$ 50 a US$ 600, dependendo da categoria da cabine escolhida.

Serviços de bordo, restaurantes e bebidas

A MSC Cruzeiros diz que está vendendo todos os seus pacotes com o dólar congelado. Nesse caso, em R$ 2,99. A empresa vende minicruzeiros na América do Sul e cruzeiros nas ilhas do Caribe e na Europa, por exemplo.  

Segundo a MSC, o câmbio congelado vale também para a compra antecipada de excursões e outros serviços a bordo dos navios, como spa, reserva de restaurantes temáticos e pacotes de bebidas (as bebidas não costumam estar incluídas no preço da viagem, precisando ser pagas à parte).

As vendas são feitas pelas próprias empresas, pela internet, e por agências de turismo, como CVC e Agaxtur.

Atenção aos gastos extras

Com essas promoções, as empresas tentam evitar a perda de clientes e a consequente queda de faturamento durante a próxima temporada de cruzeiros, que começa em novembro deste ano e vai até maio do ano que vem.

Na última temporada, houve uma redução de quase 50 mil clientes nos cruzeiros pela costa brasileira, na comparação com a temporada anterior.

"O cruzeiro é como um avião. As empresas aéreas têm as rotas definidas e, para elas, não compensa viajar com o avião vazio. Da mesma forma, as empresas de cruzeiro precisam lotar os navios nessa época no hemisfério sul, porque no hemisfério norte faz frio e elas não terão demanda", diz Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper.

Para ele, as ofertas são interessantes para o bolso. "O que afeta mais as pessoas que vão viajar não é tanto o patamar do dólar, mas a programação que elas fazem. Com dólar subindo e caindo muito, elas não conseguem se programar. Então, nesse sentido, o dólar congelado é vantajoso para a pessoa conseguir se programar", afirma.

Mas ele destaca que o consumidor não pode deixar de considerar os gastos extras que terá durante a viagem, como compras feitas a bordo e passeios não incluídos no pacote. Nesses casos, o que valerá será a cotação do dia determinada pela própria empresa.