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Fusca 1970 vira floricultura ambulante desta designer que largou a carreira

Lucas Laranjeira

Colaboração para o UOL, em Curitiba (PR)

12/08/2016 06h00

Designer de produto por formação, a curitibana Cristiana Prante, 29, não estava satisfeita com a carreira e resolveu mudar de vida. Seu intuito sempre foi ter algo próprio, diz. Para isso, usou o Fusca 1970 que é o xodó da família.

Em uma viagem que fez para Buenos Aires, notou que as flores fazem parte do cotidiano dos argentinos. Além do pão e do jornal, ela reparou que existia o costume de comprar flores diariamente. "Eu vi que eles têm floricultura de rua em todos lugares. Não precisa ter data comemorativa para ter flor na sua vida", conta.

Vendo que os food trucks estavam em alta, pensou em aliar a vontade de ter uma floricultura não convencional com o Fusca.

Antes de abrir o próprio negócio, ela fez um curso de arte floral em Holambra (SP), a 134 km da capital paulista, conhecida como a Cidade das Flores e uma das maiores regiões produtoras no Brasil. Tornou-se a "Florista Viajante", e seu carro é chamado de "Flower Fusca" (o Fusca das Flores, em inglês)

Fusca para eventos e entregas

Cristiana não pode vender as flores transitando pelas ruas como imaginou inicialmente, pois o alvará permite que venda no Fusca apenas em eventos privados. Por isso, ela montou também um ateliê fixo.

Grande parte das entregas de encomendas é feita no Fusca, que virou uma atração à parte. "O Fusca estava na revisão para participar de um evento, e no mesmo dia eu tinha uma entrega para uma senhora. Fui com outro carro e, quando cheguei lá, ela estava esperando com a máquina fotográfica na mão. Foi horrível", lamenta.

O automóvel vira o centro das atenções nos eventos em que participa. "Os homens querem saber do Fusca e as mulheres, das flores."

Além da singularidade do automóvel, a florista se apega aos detalhes. Cristiana pede para o cliente descrever quem é a pessoa que será presenteada. "Eu gosto de saber como a pessoa é, que tipo de filme gosta. No dia das mães, eu pedi que me contassem, pelo e-mail, como era a mãe", explica.

Na oficina

O fusca, que já é um quarentão, acaba deixando a florista na mão em algumas situações. "Ele é bem forte, mas problemas ocorrem com a bateria ou com o alternador", conta a florista.

Ela diz que já sabe os sinais quando vai surgir um problema na bateria e já empurrou o carro diversas vezes.

Segunda Cristiana, apenas o cinto de segurança e o estofamento não são originais.

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