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BC quer ensinar finança em escolas públicas e provar que pobre também poupa

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Imagem: Getty Images

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

13/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Programa "Aprender Valor" capacitará professores por meio de plataforma online
  • Serão investidos R$ 11 milhões em 3 anos; ao final de 2022, BC quer educar 22 milhões de alunos.
  • A ideia é fazer as crianças entenderem, por exemplo, um extrato de banco e de cartão de crédito
  • Alunos devem aprender a planejar gastos, poupar ativamente e fazer uso consciente de crédito
  • Pará, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo testarão primeiro

O BC (Banco Central) iniciará em 2020 um programa piloto em seis estados, mais o Distrito Federal, para capacitar professores a ensinar educação financeira em sala de aula por meio das disciplinas de português, matemática, história e geografia. O projeto é para estudantes do 1º ao 9º ano da rede pública de ensino. A ideia é fazer as crianças e os jovens lidarem melhor com dinheiro e mostrar que mesmo pessoas de baixa renda conseguem poupar se tiverem disciplina e adquirirem o hábito.

O programa terá o nome de "Aprender Valor" e a ideia do BC é que os alunos aprendam os conceitos necessários para planejar o uso do dinheiro, poupar ativamente e fazer uso consciente de crédito oferecido por bancos e financeiras. A meta é que mil turmas (pelo menos 25 mil alunos) sejam impactadas no piloto. Ao final de 2022, o BC quer educar 22 milhões de alunos.

Para isso, o BC contratou o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) para desenvolver uma plataforma online de capacitação dos professores e diretores. Serão gastos R$ 11 milhões, em três anos de projeto, custeados pelo Fundo de Defesa dos Direitos Difusos do Ministério da Justiça.

Capacitação de professores

Além de planos de aula, vídeos e tutoriais, os educadores aprenderão como ensinar os conceitos de educação financeira nas quatro disciplinas, como usar esses recursos educacionais e terão um módulo sobre gestão de finanças pessoais.

"Para poder ensinar educação financeira é preciso que o professor esteja confortável com a sua vida financeira e tenha esses conhecimentos. Vamos capacitá-los para aplicar o conteúdo em sala de aula", disse Luis Mansur, chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do BC.

O primeiro estado a assinar um acordo de cooperação técnica com o BC foi o Pará. As outras unidades da Federação (Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo) devem formalizar os acordos até fevereiro.

Alunos de baixa renda também podem poupar

Os professores e diretores das escolas devem se capacitar em março e abril para que o conteúdo comece a ser ensinado em sala de aula a partir de maio. A ideia é que em 2021 o programa seja estendido para todos os estados.

Para isso, o BC está em contato com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação e com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação. Além disso, uma avaliação de impacto será realizada para medir a eficiência do programa.

Segundo Mansur, a ideia é que os alunos aprendam a ler uma fatura de cartão de crédito, um extrato bancário e aprendam que é possível poupar, mesmo quem tem baixa renda.

"A gente observa que mesmo em famílias ou indivíduos em que a renda é média ou alta, não há poupança. Essas pessoas adquirem dívidas que não conseguem pagar e se endividam excessivamente. E temos pessoas de baixa renda que conseguem poupar. Isso é fruto de disciplina e planejamento", afirmou o chefe de departamento do BC.

Mansur explicou que os conceitos de poupança devem ser encarados sobre três aspectos. Primeiro, a pessoa deve buscar uma poupança de curto prazo, para emergências. A segunda deve ser de médio prazo, para realizar sonhos de consumo. E uma terceira poupança de longo prazo para complementar a renda da velhice.

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